Jefferson Péres rebate acusações e diz que não é "chantageável"
"Canalhas de todos os matizes, eu não sou como vocês: ética para mim não é pose, não é bandeira eleitoral, não é construção artificial de imagem para uso externo". A frase é do senador Jefferson Péres (PDT-AM), que em discurso no Plenário nesta terça-feira (30), negou qualquer envolvimento com a Siderama (Siderurgia da Amazônia SA), empresa de siderurgia que teria deixado de repassar ao governo, na década de 70, os recursos do Imposto de Renda retido na fonte de seus funcionários.
O discurso de Jefferson Péres foi motivado por matéria publicada pela revista Veja desta semana indicando que senadores teriam recebido material - um dossiê, contendo DVDs - com acusações contra ele.
O senador rechaçou as denúncias sobre o envolvimento dele com a fraude financeira que teria ocorrido na Siderama e disse não ser "chantageável" porque não tem "esqueletos no armário".
Jefferson Péres é relator de processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) que investiga uma suposta aquisição de veículos de comunicação por meio de laranjas, em tramitação no Conselho de Ética.
Há 30 anos, o senador era diretor administrativo da Siderama. Pela já citada sonegação, todos os diretores da Siderama foram arrolados ao inquérito aberto a pedido da Superintendência da Amazônia (Sudam), de quem recebia recursos, mas apenas três - o diretor presidente, o diretor financeiro e o superintendente financeiro - foram formalmente acusados de ter conhecimento do esquema. Anos depois, segundo Jefferson Péres, até mesmo esses três foram isentados pelo Ministério Público.
- Se São Francisco de Assis e Jesus Cristo fossem diretores da Siderama, também teriam sido arrolados ao inquérito - disse o senador.
Mais uma vez, Jefferson Péres se disse vítima de uma "campanha difamatória", com notícias plantadas na imprensa. Também leu uma carta, assinada pelo senador Renan Calheiros, em que este nega ser autor do dossiê e reforça suas declarações anteriores sobre Jefferson Péres - "exemplo de coerência política, de lisura e honradez".
- Quem são autores dessa ignomínia? Imagino alguns, mas não vou apontar o dedo: primeiro, porque não tenho provas; e segundo, porque não cruzo minha espada com facão de bandido - declarou Jefferson Péres.
O parlamentar negou ainda que sua mulher seja funcionária do seu gabinete ou de qualquer outro na Casa, ou que tenha solicitado passagem aérea além da sua cota ao presidente do Senado. Leu trechos de cartas emitidas pelo diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, e pela chefe de gabinete da Presidência do Senado, Martha Lyra, nesse sentido, e até da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), negando haver qualquer investigação sobre sua vida pública ou privada na instituição.
Jefferson Péres pediu ao presidente interino do Senado, Tião Viana, que a Corregedoria inicie uma investigação. Afinal, acredita, o dossiê citado pela revista Veja "é uma peça de calúnia e difamação contra um membro do Senado". A investigação foi autorizada por Tião Viana, e ficará a cargo do corregedor, senador Romeu Tuma (PTB-SP).
30/10/2007
Agência Senado
Artigos Relacionados
Vaga de Jefferson Péres será ocupada por seu primeiro suplente, Jefferson Praia
'Ninguém poderia substituí-lo', diz Jefferson Praia sobre Jefferson Peres
Jefferson Praia destaca legado ético de Jefferson Péres
Jefferson Praia deverá assumir a vaga de Jefferson Péres
Hartung rebate acusações do governador do ES
ARRUDA REBATE ACUSAÇÕES DE REQUIÃO