Jereissati e César Borges reclamam medidas de combate ao desemprego



Com base nas mais altas taxas de desemprego já registradas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicas (Dieese) em São Paulo (20,6%), os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e César Borges (PFL-BA) reclamaram, durante a audiência pública realizada nesta quinta-feira (29) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) com o ministro do Trabalho e Emprego, Jaques Wagner, a diminuição da taxa de juros e o reaquecimento da economia para aumentar a oferta de emprego.

- Com o aumento do desemprego, o desafio do governo do PT aumenta. Se a questão dos juros não for resolvida rapidamente, a economia vai parar, gerando mais desemprego e aumentando o desafio do ministro - disse César Borges.

Nessa linha, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu que o Ministério do Trabalho participe de maneira mais incisiva nas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) e nas escolhas do caminho do desenvolvimento econômico do país. O senador propôs que Wagner encaminhe relatório sobre a situação do emprego no país nas vésperas das reuniões mensais do Copom.

Em resposta, o ministro disse que não há no governo que defenda taxas de juros altas. Ao mesmo tempo, ele negou que haja dois grupos dentro do governo federal que defendam posições diferentes quanto à política econômica.

- O diagnóstico feito não permite a redução das taxas de juros. A começar pelo presidente, todos sabemos que se o custo do capital não cai, há carência de investimento na economia - disse o ministro, garantindo que o desemprego é a principal preocupação do governo, que reconhece que o aumento do emprego é a melhor política social.

César Borges também reclamou a falta de investimentos nos programas sociais formulados no governo anterior, que poderiam estar aliviando a situação de famílias no Brasil. Ele citou como exemplo o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), que, até março, recebeu investimentos de apenas 4,7% do total de dotações previstas no orçamento deste ano. -Esse programa foi um grande sucesso na Bahia, onde 117 mil crianças foram beneficiadas na região do sisal-, declarou o senador.

O ministro registrou que o Peti está sob a coordenação do Ministério da Assistência e Promoção Social e que não tem informações se houve corte nas verbas do programa. Ele informou que o governo está preocupado com a pulverização dos recursos por programas sociais que se superpõem. Por outro lado, Jaques Wagner anunciou ter recuperado verbas contingenciadas para investimento no programa de qualificação profissional.

Jereissati ponderou que a pobreza pode não ter relação direta com a violência, mas disse que os grandes centros urbanos, por apresentarem maiores disparidades de renda, são os locais onde há maior violência. Neles, afirmou, o -extremo luxo convive com a extrema necessidade de consumo-.



29/05/2003

Agência Senado


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