Jereissati explica uso de recursos do Senado em suas viagens
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) contestou, nesta quinta-feira (2), reportagem do jornal Folha de S. Paulo segundo a qual ele teria utilizado sua cota de passagens aéreas disponibilizada pelo Senado para fretar jatos particulares e até comprar combustível para seu próprio avião. O senador classificou as acusações como "insinuações falsas" que visam manchar a sua biografia e disse que se for comprovado ter havido alguma ilegalidade no uso da cota, ou se gastou pelo menos o equivalente à sua cota anual, devolverá esse valor em dobro ao erário.
Jereissati informou que ao longo dos seus seis anos de mandato fretou jatos para apenas sete viagens e que, hoje, tem um grande saldo de passagens aéreas ainda não utilizadas. O senador disse que consultou, através de ofícios, a Diretoria Geral do Senado sobre a possibilidade de utilizar a sua cota em fretamento de jato e que jamais solicitou seu uso para a compra de combustível do seu próprio avião ou conversou sobre esses assuntos com o então 1º secretário, senador Efraim Morais (DEM-PB).
- Não sei de onde o repórter tirou essa ideia. Estive com ele ontem (quarta-feira) e disse claramente que nunca pedi autorização especial. Apenas utilizei a burocracia normal, pública, transparente, fazendo ofícios ao diretor-geral perguntando se poderia utilizar a minha cota de passagens aéreas do mês respectivo para fretamento de viagens na empresa TAM, com toda a clareza e toda transparência. Nada foi feito escondido e nunca usei um tostão sequer acima da minha cota - assegurou.
Jereissati disse ter estranhado o fato de ter sido "pinçado" dentre todos os senadores e deputados que também utilizam suas cotas para fretamento de jatos há pelo menos 20 anos, conforme levantamento solicitado por ele. O senador também negou que tenha se aproveitado de uma suposta brecha, que teria permitido ao 1º secretário autorizar a utilização das cotas sem consulta prévia à Mesa do Senado.
- A vida de um senador não se resume às viagens entre Brasília e o seu estado natal. Há 15 dias, estive em Roraima, onde fiz palestra sobre a questão da Venezuela. Na próxima semana, estarei em São Paulo, para debater o crédito. Quanto mais triangular for a viagem, mais difícil fica o deslocamento rápido. É hipocrisia tentar dizer que um senador só pode fazer viagens entre seu estado e Brasília - afirmou.
O senador assinalou que as passagens aéreas a que os senadores têm direito, não passam de uma ferramenta disponibilizada para facilitar o deslocamento por todo o país. Na sua avaliação, esse tipo de insinuação publicada pelo jornal Folha de S. Paulo não tem nada a ver com legalidade ou ilegalidade, mas com a tentativa de plantar suspeitas.
- É maledicência inaceitável. O que queriam é, dentro do espírito de maldade que permeou determinado grupo no Senado, tentar descobrir que esses recursos não eram para pagar o fretamento, mas uma tramoia, uma picaretagem para desviar recursos para pagar o combustível do meu próprio avião. É absolutamente ridículo. Era a essa denúncia a que queriam chegar, mas não chegaram e não vão chegar nunca - afirmou.
Jereissati afirmou que há uma luta dentro do Senado e que um grupo de senadores se insurgiu contra outro grupo que domina a Casa e é responsável pela montagem de "uma máquina descontrolada, à margem de todos os limites éticos, morais e administrativos". Ele disse que o grupo insurgente está tentando por fim a esses procedimentos e, por isso, está ferindo, aborrecendo e criando inimigos "de mau caráter".
Da Redação / Agência Senado
02/04/2009
Agência Senado
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