João Claudino classifica Petrônio como artífice da abertura democrática



O senador João Vicente Claudino (PTB-PI), autor do requerimento para a realização da homenagem à memória do senador Petrônio Portella nesta segunda-feira (29), afirmou que o homenageado foi o grande artífice da abertura democrática brasileira.

- Essa reflexão se impõe ao lembrarmos o trigésimo aniversário de morte de Petrônio, que tinha tudo para se tornar o primeiro presidente civil após o ciclo militar - disse João Claudino. Ele lembrou que o piauiense Petrônio participou de todas as iniciativas que conduziram à redemocratização do país.

Em seu pronunciamento, Claudino registrou que Petrônio iniciou sua carreira política ainda no movimento estudantil, quando estudava Direito. Formado, elegeu-se deputado estadual em 1954 pela União Democrática Nacional (UDN), partido que fazia oposição ao então governador Pedro de Freitas - de quem, mais tarde, tornou-se genro. A mulher de Petrônio Portella, Iracema, estava presente à homenagem com seus três filhos Patrícia, Sônia e Petrônio Filho e netos.

Em 1962, segundo lembrou Claudino, Petrônio se elegeu governador do Piauí e, em seguida, pela Arena, foi senador, chegando a presidir a Casa. Foi também prefeito da Teresina e ministro da Justiça no governo do presidente João Figueiredo. João Claudino assinalou que, naquela época, Petrônio era o favorito para ocupar o Palácio do Planalto ao final do mandato de Figueiredo, mas tinha saúde fraca desde os 32 anos, quando descobriu que sofria de câncer do pulmão.

- Curou-se do câncer, mas nunca teve saúde perfeita. Sofria de uma hérnia de hiato que o atormentava e de outros problemas menores - registrou Claudino, ao registrar a morte de Petrônio, no dia 6 de janeiro de 1980, com 55 anos.

- Nunca saberemos se Petrônio chegaria ou não a ser presidente da República. Mas sabemos que, se temos hoje uma democracia aberta, forte, representativa, legitimada, respeitada internacionalmente, isso se deve a um piauiense de gênio: Petrônio Portella Nunes - observou o senador.

Livro

Ao final do pronunciamento, João Claudino afirmou que Petrônio ainda não teve o reconhecimento a que faz jus, e anunciou que retomará uma iniciativa antiga de publicar um livro sobre Petrônio, com a ajuda do jornalista Zózimo Tavares.

No evento estavam, além da viúva, filhos e netos, o irmão de Petrônio e ex-senador Elói Portella. Estavam na mesa da solenidade o presidente do Senado, José Sarney, e o deputado Mauro Benevides (PMDB-CE) e João Claudino.



29/11/2010

Agência Senado


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