João Durval reafirma defesa da semana de 40 horas



O senador João Durval Carneiro (PDT-BA) disse nesta quinta-feira (6) que o povo brasileiro já está maduro para a jornada de trabalho de 40 horas semanais. Lembrando que o seu partido defende em seu programa essa nova carga horária, "a fim de combater o desemprego e aumentar o tempo livre do trabalhador".

- Entendemos que o trabalho é a fonte de todos os bens e riquezas e que seus valores não são apenas econômicos, mas igualmente valores humanos, éticos, culturais e políticos. Defendemos, portanto, os valores humanos a partir do trabalho como uma das verdadeiras dimensões de justiça no conjunto das relações sociais - afirmou.

Durval citou o mestre indiano de Kriya Yoga, Paramahansa Yogananda (1893-1952), que defendia a divisão da semana em trabalho, diversão e cultivo do espírito, sendo cinco dias para ganhar dinheiro, um dia para descansar e um dia para praticar a introspecção e a realização interior.

O senador também citou o empresário do ramo automobilístico Henry Ford, que era apoiado por Yogananda. Ele via no lazer um valor industrial positivo, porque tinha a capacidade de aumentar o consumo. Segundo Ford, onde os povos trabalham mais, por muito tempo e com menos lazer, compram poucos bens.

- Não acredito que Henry Ford, o pai da indústria automobilística, e Yogananda, um dos maiores vultos espirituais contemporâneos, estivessem enganados. Por essa razão, sou um entusiasta da redução da jornada para 40 horas semanais - afirmou.

Durval listou como benefícios da jornada de 40 horas semanais a redução da incidência de doenças profissionais e de acidentes de trabalho; e a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, que teriam mais tempo para se dedicar a outras atividades, como convívio com a família, estudos, lazer, atividades sociais, culturais e políticas. Ele assinalou que a maioria dos países industrializados já adota o sistema de 40 horas semanais.

- De acordo com o Dieese, apesar de os salários representarem 22% dos custos de produção, a redução da jornada de 44 para 40 horas semanais teria um impacto de apenas 1,99% nesses mesmos custos - observou.



06/05/2010

Agência Senado


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