João Goulart foi o presidente mais popular do país, diz Randolfe
A devolução simbólica do mandato presidencial a João Goulart é uma forma de o Estado pedir desculpas ao ex-presidente e à sua família. Foi o que disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), na tarde desta quarta-feira (18), durante a sessão especial em que o Congresso Nacional devolveu o mandato a João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964.
Randolfe é um dos autores, ao lado do senador Pedro Simon (PMDB-RS), do Projeto de Resolução (PRN 4/2013) que anulou a sessão de 1º de abril de 1964. Naquela oportunidade, o Poder Legislativo declarou vaga a Presidência da República, apesar de o presidente João Goulart estar em território nacional, no Rio Grande do Sul. Aquela sessão serviu para legitimar a subida dos militares ao poder.
- A anulação dessa farsa não tem efeitos práticos sobre os males praticados pela ditadura. Mas a resolução traz o simbolismo do resgate histórico de uma injustiça – apontou Randolfe.
Segundo o senador, João Goulart foi o único presidente a morrer no exílio e que, ao morrer, não teve homenagens de estado. Randolfe disse que Jango, como era conhecido o ex-presidente, é dono de uma trajetória política ao mesmo tempo “tão curta e tão celebrada”. O senador chegou a definir João Goulart como o presidente mais popular da história do Brasil.
- João Goulart sempre foi coerente por estar sempre do mesmo lado: ao lado dos trabalhadores brasileiros – declarou o parlamentar.
Na visão de Randolfe, a sessão desta tarde foi “histórica e cheia de emoção”. Ele disse que, se os erros do passado são esquecidos, os povos voltam a incorrer nos mesmos erros. Assim, a devolução simbólica do mandato a João Goulart é uma forma de homenagear as futuras gerações, que terão a oportunidade de estudar essa correção histórica.
- Poucos brasileiros amaram tanto o Brasil quanto João Goulart. Poucos sofreram tanto em amar o Brasil quanto ele – disse Randolfe.
18/12/2013
Agência Senado
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