João Paulo quer Wilson com Humberto









João Paulo quer Wilson com Humberto
Prefeito defende apoio ao senador e amplia crise na aliança entre PPS, PDT e PTB

O prefeito do Recife, João Paulo (PT), está defendendo uma chapa para disputa majoritária deste ano que, inevitavelmente, deixará o PPS ainda mais fragilizado. A baixa mais recente do partido foi a do ex-deputado federal Fernando Lyra. Ele trocou a coordenação da campanha do presidenciável Ciro Gomes (PPS) para apoiar a candidatura do petista Luiz Inácio Lula da Silva. João Paulo propôs, ontem, que a chapa do PT deveria ser formada pelo vereador Humberto Costa (PT) para o Governo do Estado e as duas vagas ao Senado ocupadas pelo senador Carlos Wilson (PTB), atual integrante da Frente Trabalhista (que reúne também o PDT e PPS), e pelo presidente da Câmara de Vereadores do Recife, Dilson Peixoto (PT).

O mais novo projeto político traçado por João Paulo, visa, segundo ele, salvar o cenário que o PT começou a montar no Estado antes da verticalização das coligações, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral. Na primeira tentativa de montagem da chapa, o PT anunciou o convite ao senador Carlos Wilson. Logo em seguida sondou o deputado estadual José Queiroz. Os os dois disputariam o Senado, ao lado de Humberto. "Cali (Carlos Wilson) tem tido uma postura grande de solidariedade, de apoio e atenção com nosso partido e na governabilidade (do Recife). Se a consolidação dessa estratégia for possível será importante para nós", afirmou.

De acordo com o prefeito, Carlos Wilson não sofrerá nenhuma resistência no PT. "Cali tem aderência no partido e simpatia de nossa base. Espero que a Justiça não separe o que o povo uniu", filosofou o petista. João Paulo lembrou, ainda, que a composição de chapas não passará apenas por Pernambuco.

João Paulo se mostrou um pouco receoso apenas com a perda de qualidade que a campanha de Humberto poderá sofrer com a saída de Dilson da coordenação da campanha do PT. "Dilson tem desempenhado um papel importante de coordenação da campanha e será uma grande perda. Mas o PT terá que definir se lançará um candidato ou dois de nossa coligação. Se lançarmos um só, o eleitor pode votar num candidato do PT e no outro da Frente de Esquerda", planejou.

Na avaliação do prefeito, é preciso que seu partido reflita internamente para não perder a chance de eleger dois senadores no campo da esquerda. Indagado como ficaria a situação do senador Roberto Freire (PPS), que disputa a reeleição, João Paulo colocou panos mornos, alegando que a chapa não estava fechada ainda. Ele admitiu, no entanto, que há uma tendência dentro do PT de estar mais próximo do senador Carlos Wilson do que de Freire.


Guerra inicia campanha para o Senado
Deputado ocupa maior parte da propaganda do PSDB com balanço de seu trabalho

O deputado federal Sérgio Guerra fez ontem sua primeira aparição como provável candidato do PSDB ao Senado Federal. O tucano ocupou a maior parte dos 20 minutos do programa do partido, exibido em rede de televisão. A imagem de Guerra foi vinculada a de um grande captador de recursos para o Estado junto ao Governo federal, no período em que atuou como coordenador da bancada pernambucana no Congresso.

O deputado respondeu a perguntas estrategicamente formuladas pela apresentadora do programa e teve oportunidade de falar sobre as ações do Governo Jarbas e de sua atuação como secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Projetos Especiais. Num rápido balanço, Guerra destacou o trabalho executado para ordenar o transporte alternativo no Estado, o programa de apoio ao comércio popular e a construção de aterros sanitários na Região Metropolitana do Recife.

Os investimentos na área de segurança também foram abordados. "É preciso cuidar primeiro da segurança econômica para depois cuidar da segurança nas ruas. Mas é inegável o trabalho que o governador Jarbas vem fazendo no setor. O primeiro passo foi a unificação das duas polícias (Civil e Militar) e depois na reestruturação dos equipamentos".

Sobre a atuação de Guerra no Congresso Nacional, o programa destacou o esforço do parlamentar para captar recursos para a construção das BRs 101 e 232, da Transnordestina e a conclusão do Porto de Suape.

O tucano também procurou derrubar as críticas feitas pelo PFL de que o PSDB é um partido da discórdia por cooptar integrantes da própria aliança. "O PSDB trabalha pela união, convergência e não pela desunião". Além de Sérgio Guerra, o único tucano pernambucano a aparecer no programa foi o ex-prefeito do Recife, Roberto Magalhães. Este enfatizou o empenho que todos devem ter para alcançar o desenvolvimento econômico do País no combate à pobreza no campo e na cidade. "Espero em pouco tempo reconquistar o meu mandato (de deputado federal) para participar dessa luta com o governador Jarbas Vasconcelos e com o provável candidato do meu partido ao Senado, Sérgio Guerra".

NACIONAL - A primeira parte do programa foi dedicada ao presidenciável do PSDB, José Serra. Logo na abertura, o tucano fez uma comparação do Brasil com a crise da Argentina, caso o País não vote no projeto político defendido pelo atual Governo e que será representado por ele nas eleições de outubro. Serra pegou carona nas críticas feitas pelos bancos internacionais de que uma provável vitória do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, levaria o País ao caos. Sem citar nomes, ele alertou que o Brasil poderia enfrentar crise semelhante a da Argentina, no caso do eleitor não fazer a opção certa.

Na tentativa de conquistar o eleitorado do Nordeste, José Serra dedicou parte do programa para falar dos investimentos feitos por ele em Pernambuco, quando estava à frente do Ministério da Saúde. Apesar de defender a continuidade da parceria com o Governo estadual, em nenhum momento o tucano citou o nome do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que recentemente recusouser o vice na chapa encabeçada por ele.


PSDB quer interpelar autor de denúncia
Partido exigirá que Steinbruch diga na Justiça se Ricardo Sérgio cobrou propina na privatização da Vale

BRASÍLIA - O PSDB pretende entrar na Justiça com uma interpelação para obrigar o empresário Benjamin Steinbruch a confirmar ou desmentir sua afirmação de que, em 1998, o então diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, cobrou propina para formar o consórcio vencedor da privatização da Companhia Vale do Rio Doce. O dinheiro, segundo o empresário, seria para custear campanhas eleitorais de tucanos. Os advogados do PSDB vão pedir que Steinbruch, caso confirme o pedido de propina, aponte quais os candidatos que seriam beneficiados.

"Pode não ter muito efeito jurídico, mas ele terá que dizer, em juízo, quem seria beneficiado. Do jeito que foi publicado, ficam dúvidas sobre todos os candidatos do PSDB", afirma um advogado do partido. O advogado José Eduardo Alckmin, contratado pelo pré-candidato à Presidência, senador José Serra (PSDB-SP), se reuniu com o tucano no domingo, em São Paulo. Depois de discutirem as denúncias publicadas na revista Veja, decidiram que o partido ficará encarregado das açõesjudiciais, para não vincular as acusações ao candidato.

Serra só se defenderá da acusação de ter praticado irregularidades na declaração de doações de campanha na eleição de 1994. O empresário Carlos Jereissati, na Veja, teria confirmado a doação de R$ 2 milhões para a campanha de Serra ao Senado, e apenas R$ 95 mil teriam sido declarados.

Ontem, para o jornal Folha de S. Paulo, Jereissati apresentou outra versão. Ele alegou que doou apenas R$ 700 mil, sendo que R$ 600 mil foram pagos a uma empresa de táxi aéreo pelo aluguel de um avião usado por Serra na campanha. Nesse caso, a estratégia de Serra será negar que recebeu esse dinhe iro todo. Caberia a Carlos Jereissati, então, comprovar que doou os R$ 700 mil, e a contratação do aluguel do jatinho. Em suas declarações, Jereissati já deixou claro que teria dificuldades em comprovar a doação.

O ex-ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, isentou Serra, de envolvimento no episódio da privatização da Vale do Rio Doce, no qual Ricardo Sérgiode Oliveira, teria cobrado comissão de R$ 15 milhões do empresário Benjamin Steinbruch, líder do consórcio que arrematou a ex-estatal.

"Sou amigo e eleitor do Serra e não acredito que ele tenha envolvimento com isso. Mas é evidente que a oposição vai tentar usar essa denúncia, que veio à tona por causa do jogo eleitoral, que é o momento em que se purgam problemas do passado", declarou Mendonça de Barros em entrevista à Rádio Jovem Pan.


PT negocia investigação
SÃO PAULO - O PT vai entrar com pedido de uma CPI mista, com representantes do Senado e da Câmara, para investigar as denúncias de irregularidades na campanha do senador José Serra (PSDB-SP) em 1994. A informação foi dada ontem pelo líder do PT na Câmara, deputado João Paulo Cunha, que também adiantou que o partido vai entrar com uma representação contra Serra na Justiça Eleitoral e incluir as recentes denúncias na investigação do Ministério Público no processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce.

Hoje, João Paulo se reúne em Brasília com líderes partidários para discutir as denúncias contra o pré-candidato do PSDB à Presidência. A CPI mista, ao contrário das comissões exclusivas do Senado ou da Câmara, não precisa entrar em filas de outras CPIs e é aberta imediatamente após a sua aprovação. São necessários os votos de 27 senadores e 171 deputados federais. O PT está procurando desvincular do candidato José Serra o pedido de CPI. Com essa tática, o PT espera conseguir apoio de outros partidos para a investigação.

Um dos vice-líderes do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro (BA), afirmou que "fazer CPI não é dar palanque para a oposição".


Trabalho infantil tem queda de 23%
OIT estima que 870 mil menores brasileiros ainda atuam em atividades consideradas perigosas e insalubres

SÃO PAULO - Relatório da Organização Internacional do Trabalho divulgado ontem, em São Paulo, aponta queda no trabalho infantil no Brasil. Segundo a OIT, o número de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos que trabalham no País caiu 23% de 1992 a 1999. Em 1992, segundo o estudo, havia 8,4 milhões de crianças e adolescentes trabalhando no Brasil, contra 6,6 milhões em 1999. Em todo o mundo, de acordo com a OIT, havia 211 milhões de menores de idade, entre 5 e 14 anos, trabalhando em 2000. Esse número representa uma redução de 15,6% em relação ao registrado em 1995, quando o número de trabalhadores infantis somava 250 milhões.

Apesar da queda no índice de trabalho infantil no Brasil, o diretor da entidade no País, Armand Pereira, alertou para o fato de o ritmo dessa queda estar diminuindo. De 1995 a 1998, o trabalho infantil caiu 13,6% no Brasil. Entretanto, segundo ele, de 1998 a 1999 a redução foi de apenas 2,4%. "Ainda não sabemos as causas dessa estagnação. Mas há um consenso que a redução do trabalho infantil está andando devagar demais no Brasil", afirmou.

A OIT estima que 870 mil crianças e adolescentes brasileiros trabalham em atividades consideradas perigosas e insalubres. Em todo o mundo, a entidade calcula que 170 milhões de menores com idades entre 5 e 17 anos estão na mesma situação.

"O trabalhador infantil gera um ciclo vicioso: não gera renda suficiente para aumentar o consumo, a economia não cresce e não há novos empregos. A criança trabalhadora de hoje é o desempregado de amanhã", alertou. O relatório da OIT indica que 70% do trabalho infantil ocorrem nas atividades primárias, como agricultura, pesca e pecuária. A indústria emprega cerca de 9% dessas crianças e adolescentes, o mesmo índice encontrado no comércio varejista, hotéis e restaurantes. O trabalho infantil doméstico é responsável por 6,5% do total de crianças que trabalham e 3% estão em atividades consideradas perigosas, como construção civil e mineração.

O coordenador nacional do Programa Internacional para Eliminação do TrabalhoInfantil (PIET), Pedro Américo de Oliveira, afirma que o trabalho infantil na América Latina não é tão grave quanto os registros verificados na Ásia e na África. As regiões Sul e Nordeste são as que concentram o maior número de crianças trabalhando. Do total de pessoas com idade entre 5 e 17 anos que vivem nestas regiões, 21% trabalham. A região Centro-Oeste foi a que apresentou a maior redução no trabalho infantil.

No Brasil, em média 7,622 milhões de crianças estão envolvidas com algum tipo de atividade (remunerada ou não). Desse total, 9,6% ou 733,6 mil fazem trabalhos domésticos, que concentram o maior número de meninas (95%). Desse total, 58% começam a trabalhar entre 12 e 15 anos de idade. A jornada de trabalho de pelo menos 59% é superior a 40 horas semanais.


Consumo de energia tem queda de 10%
Carga usada no Estado no mês de abril é a menor dos últimos 4 anos

Mesmo com o fim do racionamento, os pernambucanos continuam economizando energia. Em abril, o consumo em Pernambuco foi 10,1% menor em relação ao mesmo mês de 2001. Ainda pelos cálculos da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), o consumo do mês passado foi 2,9% menor do que a carga demandada em abril de 1998. É como se estivéssemos retrocedendo quatro anos, quando a Celpe tinha apenas 1,7 milhão de consumidores. Hoje são mais de 2,1 milhões de clientes. Ao invés de gastar mais, eles aprenderam a poupar energia, reduzindo despesa. A performance do Estado foi melhor até do que as médias nordestina (7,1%) e nacional (5,3%), divulgadas na semana passada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A classe que continua colaborando mais para a redução na demanda de energia elétrica é a residencial, que poupou 20,6% de energia em abril em relação ao mesmo período de 2001. Em 1998, eram 1,5 milhão de clientes. Agora são 1,8 milhão. "Percebemos que os consumidores residenciais incorporaram definitivamente o hábito de economizar energia, seja através da substituição de equipamentos por produtos mais eficientes ou racionalizando seu uso", comenta o gestor da Unidade de Mercado da Celpe, Carlos Frederico Diniz. É interessante porque a classe residencial corresponde a 86% dos consumidores da Celpe e gasta 33% da energia fornecida pela distribuidora.

"De quatro anos para cá, o consumo médio da classe residencial caiu de 148 kWh (kilowatts-hora) para 104 kWh por unidade consumidora. É como se estivesse gastando quase 30% menos", afirma Diniz. O consumo médio atual das residências pernambucanas está abaixo da média brasileira, de 145 kWh. Depois da classe residencial, vem o comércio, que economizou em abril 13,6% de energia em relação ao mesmo mês do ano passado. A classe formada pelo poder público e iluminação pública, entre outros consumidores, reduziu em 7,8% seu consumo. Na lanterninha vem a indústria, com uma redução de apenas 2,6% em relação ao consumo de abril de 2001.ARRECADAÇÃO - Os números da Celpe quase coincidem com a queda sofrida na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em Pernambuco, de 11% em abril. De acordo com o levantamento da Secretaria da Fazenda (Sefaz), a arrecadação no setor passou de R$ 26 milhões, em março, para R$ 18,3 milhões no mês passado. Menor consumo, menor receita de ICMS. E, pelo jeito, o cenário não vai ser muito diferente em maio. Estudos preliminares da Celpe prevêem para este mês um consumo de 729 GWh (Gigawatts-hora).


Artigos

Para todo mundo ver e aceitar
André Resende

U m pequeno mundo do Brasil começou agora a fazer corrente contra programas do tipo reality show. É a nova mania nacional - xingar todo mundo que está, pensa, faz e desfaz na Casa dos Artistas II e no Big Brother. Depois que saem do covil, as pessoas vêm colher fama e fortuna. Por onde passam, as pessoas identificam as celebridades e reverenciam. Isso incomoda.

Alguém falou que era triste o País ter Kleber Bambam como ídolo. É uma exagero. Bambam é a celebridade do momento, convivendo com outras - Xuxa, Carla Perez, Sérgio Malandro, Roseana Sarney,... - que tiveram seu pique de reconhecimento e adoração. Não há razão para maltratar Kleber Bambam por tão pouco. Mas triste é acreditar que todo o País está refém de uma fixação de audiência organizada.

Não torci por Kleber Bambam. Nem por ninguém no Big Brother. Vi uma vez ou outra. E achei muito chato, o que não quer dizer que não saiba quem são algumas das pessoas. De vez em quando, no domingo, vejo a saída na Casa dos Artistas, coma edição dos melhores momentos da semana.

Por que reclamar do interesse das pessoas pelo reality show? É a novidade. Vence-se uma novidade com outra - provavelmente, o que vai acontecer, até o desinteresse geral. Quem não lembra da onda da lambada, do pagode e de outras ondas? Na mídia e na Imprensa tudo passa. E de tudo fica um pouco. Quem é hoje visto, amanhã pode não ser. Quem é hoje lido, amanhã passa despercebido.

Eu imagino que o reality show nasceu do jornalismo televisivo e não da propaganda ou do cinema. O que foi feito antes, pode-se dizer, era uma indicação de que havia a necessidade naqueles que fazem a Madame Audiência. É quando passa do Information Show para Reality Show. Quando Ingmar Bergman fez o filme O ovo da serpente, onde um casal vive uma situação-limite dentro de uma casa repleta de câmeras ocultas - há cinco décadas -, a idéia era denunciar como imoral e inaceitável qualquer coisa que significasse invadir a privacidade das pessoas. Vamos rever isso no livro A insustentável leveza do ser, de Milan Kundera, denuMciando a falta de privacidade sob o regime comunista. Quando um Information Show mostra a rotina de orangotangos, preás, baleias ou pessoas de tribos remotas da África, deixa a provocação: por que não sair atrás da privacidade das pessoas que estão nos assistindo e sonham estar aqui? O reality show ainda está na fase do fantasy show - quer dizer: o negócio pode piorar, e muito. Não é mais ficção, como no caso do filme O Show de Truman, mas ainda não é uma invasão de fato, explícita, sem cortes, crua e desalmada. Da mesma maneira que há quem aceite se submeter à jornada de confinamento em uma casa com outras pessoas, haverá quem aceite ter sua vida exposta a todos, em detalhes, todos os segundos, como em outro filme, se não me engano, Eddie Show.

Em todo caso, a receptividade só existe quando há um número expressivo de interessados em receber. Do contrário, pára. Mas o que alimenta esta receptividade, transformando-a em aceitação e identificação? É a ação de mídia organizada e integrada. Tudo e todos passam a falar ao mesmo tempo sobre o mesmo assunto. E o que acontece? Quem não viu, passa a ver. Quem vê, continua. Mesmo que você não tenha visto e ache que Kleber Bambam não merecia ganhar as 500 mil pratas, provavelmente julgando-o com preconceitos, aposto que pode reconhecê-lo e deve ter visto algum comentário na Imprensa. É a Imprensa que, fechando o ciclo de integração e organização da mídia, reforça o interesse e o reconhecimento.

O usuário da mídia e da Imprensa - aquele chamado de telespectador, leitor, ouvinte, cinéfilo, internauta etc - sabe usar tais situações a favor dos seus interesses ou se deixa levar por elas? É o tipo de pergunta que colhe muitos preconceitos e poucas respostas coerentes. Não há como saber se um usuário está sendo manipulado ou não. Pode sim. Pode não. Pode dizer que está se atualizando, vendo o que todo mundo vê, se informando, se divertindo. Todas as opções são válidas. O que vale para uns, não vale para outros. Há quem ache no rock tudo e há quem não ache nada. Todo mundo sabe que as pessoas querem ter a sensação de evolução e prosperidade, de realização de sonhos e vida feliz. Quem conseguir chegar o mais perto disso, ganha mente e coração.


Colunistas

DIÁRIO POLÍTICO – Divane Carvalho

Serra continua enjoado
Depois que Marco Maciel apareceu de manhã, de tarde e de noite, pra baixo e pra cima com Jarbas Vasconcelos no horário gratuito do PFL na TV, Sérgio Guerra parece que se animou para assumir sua pré-candidatura ao Senado. Essa foi a novidade do programa do PSDB na televisão, ontem, onde o deputado ocupou um bom tempo falando do que fez quando secretário do Desenvolvimento Urbano e Projetos Especiais do Governo do Estado, e dos planos que seu partido tem para Pernambuco. É verdade que ele não disse, com todas as letras, que disputará uma vaga no Senado. Nem precisava. Roberto Magalhães, candidato a uma vaga na Câmara Federal, cuidou dessa parte quando se referiu ao deputado como "o provável candidato ao Senado pelo meu partido, Sérgio Guerra". Também ficou claro que o mote de campanha dos tucanos será a crise da Argentina e todas as suas conseqüências para amedrontar os eleitores do PT e de outros partidos da oposição. Afora a pré-candidatura de Guerra ao Senado e o terror argentino, nada de novo trouxe o programa do PSDB. O presidenciável José Serra continua enjoado, mais uma vez não soube divulgar o bom trabalho que realizou no Ministério da Saúde, e nos 10 minutos que dedicou a Pernambuco, contou de novo aquela história de que o Estado foi o primeiro que ele conheceu quando era rapaz e militava na UNE, enfim, um desânimo. E ainda esqueceu o nome de Jarbas Vasconcelos, certamente seu maior cabo eleitoral no Nordeste, deixando muita gente imaginando que ele se zangou mesmo porque o governador não aceitou ser seu vice.

Armando Monteiro Neto (PMDB), Eduardo Campos (PSB), Roberto Freire (PPS) e Inocêncio Oliveira (PFL) estão entre os 100 parlamentares mais influentes do Congresso, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP)

Voto 1 Marco Maciel acredita que o segundo turno das eleições na França, domingo, que se transformou numa grande mobilização contra a extrema direita de Jean-Marie Le Pen, serve de alerta aos que pregam o voto facultativo no Brasil.

Voto 2 Defensor da obrigatoriedade do voto, que considera o melhor caminho para o pleno exercício da cidadania, Maciel acha que, num país como o nosso, o voto deve ser visto não apenas como um direito mas também como um dever.

Voto 3 E explica: "Quando o eleitor se sente desobrigado, cresce o espaço para que grupos organizados consigam resultados expressivos. Já com o voto obrigatório, os candidatos vão buscar os eleitores em todas regiões do país".

Senado Caso não seja definida a candidatura de José Queiroz ao Governo do Estado pela Frente Trabalhista, o PDT decidiu que ele disputará o Senado. Aí o deputado vai brigar de novo com Marco Maciel, como ocorreu na eleição de 90, quando os dois foram candidatos a senador.

Comunismo Viva o Grande Líder - Um repórter brasileiro na Coréia do Norte, é o livro que o jornalista Marcelo Abreu lança, amanhã, às 19h, na Livraria Arraial. Uma viagem do autor pelo último bastião do comunismo, onde a queda do Muro de Berlim não alterou a política local.

Pedidos A politização do eleitorado brasileiro é fato, diz Tereza Duere, do PFL. Ela conta que recebe cerca de 200 cartas por mês de ouvintes do seu programa O Agreste e em 95% delas os pedidos são coletivos.

Amigo Carlos Eduardo Cadoca Pereira, do PMDB, afirma que é adversário político de Roberto Freire (PPS-PE) mas continua seu amigo: "Mas para senador, votarei em Marco Maciel, Sérgio Guerra, em quem disputar o Senado na chapa da alianç a PFL/PMDB/ PSDB".

Credenciamento A Secretaria de Saúde do Estado informa que seus técnicos visitaram o Hospital Infantil e analisam o credenciamento da unidade para a máquina de Litopripsia, utilizada no tratamento de cálculos renais. Uma boa notícia.


Editorial

DESAFIOS EXPLÍCITOS

As últimas ações do governo dos EUA dão a entender que não vai ser dada nenhuma prioridade à América Latina no contexto do seu desenvolvimento social e político. Muitos acham que a partir do momento em que o presidente George Bush tomou as rédeas do poder, a América Latina foi relegada a segundo plano. Mas não é correto dizer-se que os norte-americanos abandonaram de vez o continente sul-americano.

Na realidade, Washington possui seus interesses e continuará estendendo seus braços e seu poder na região. Um exemplo é o combate ao narcotráfico e à guerrilha na Colômbia. A recente crise na Venezuela também serviu para mostrar que os EUA continuam fortes e ativos.

Existem ganhos e perdas nesse rumo das ações. De certa parte o Brasil sai das amarras das alianças e alinhamentos, e por outro lado, ganha desafios explícitos. Ao recorrer, há alguns dias, à OMC, o País mostrou como se reage à altura. O assunto da quebra de patentes de remédios para viabilizar programas nacionais de combate à Aids foi um dos exemplos.

Porém, o clima ameno e o céu de brigadeiro entre os EUA e o Brasil parece que está se diluindo gradativamente, apesar de o presidente Fernando Henrique Cardoso ter explorado o filão da diplomacia presidencial. Diga-se de passagem, com êxito. Abriu muitas portas e janelas para os investimentos nacionais. Nos seus encontros com governantes do Mundo inteiro conseguiu derrubar barreiras quase insolúveis.

Mas nossa diplomacia agora tem que expor com mais cautela. O jogo entre as nações mais poderosas tornou-se duro, requerendo estratégias mais amplas e bastante competência. Como maior país da América Latina, o Brasil merece respeito, apesar das nossas limitações serem bastante conhecidas no Primeiro Mundo.

Deve-se partir para a compreensão e entendimento de que temos uma posição mais ou menos forte para debater assuntos que nos digam respeito no setor diplomático/político internacional. O Mundo de hoje está cheio de oportunidades que devem ser agarradas no seu tempo devido. Nos EUA, na Europa, na Ásia, oBrasil tem que manter uma pauta diversificada de ações tanto no setor econômico como na área política. E não se confundir com o reverso da moeda do Terceiro Mundo, como quase sempre nos colocam quando pretendemos avançar em nossas atividades comerciais com outros países.


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05/07/2002


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