João Paulo retorna e pede maturidade ao PT e ao PPS




João Paulo retorna e pede maturidade ao PT e ao PPS
Prefeito retorna ao Recife disposto a rearrumar o processo de unidade das oposições no Estado, depois de uma semana tumultuada pela briga entre integrantes do PT e do PPS

O prefeito do Recife, João Paulo (PT), voltou no sábado (20) da Europa, disposto a rearrumar o processo de unidade das oposições, que desandou com um novo round PT/PPS. Mas, antes, não poupou críticas, principalmente aos integrantes do seu partido, diante das declarações que alimentaram o tiroteio entre as duas legendas. João Paulo foi taxativo ontem em reafirmar o compromisso que assumiu, de manter a correlação de forças políticas que sustenta o seu Governo, independentemente do cenário eleitoral que se desenhe para as oposições em 2002.

O prefeito considerou “muito amadorismo” em tudo que foi dito – de um lado e de outro – na disputa surda entre petistas e pós-comunistas pela liderança do palanque das oposições.
“Houve muito amadorismo no tratamento dessa questão. Alguns pronunciamentos, se são verdadeiros ou falsos, não importa. O problema é que eles não ajudam em nada. Pelo contrário, atrapalham muito. O que foi colocado até agora está muito aquém do projeto maior que devemos construir para o Estado”, alertou.

Em seguida, reafirmou o compromisso de manter a coligação de partidos que integra a sua gestão. “Desde o início do Governo, que venho dizendo que essa coligação que nos elegeu é para quatro anos, independentemente do cenário que surgirá para 2002. O PPS já é nosso aliado no Governo e pode ser na eleição. A saída de pessoas do meu Governo só se dará em caso de incompatibilidade técnica e administrativa ou se o partido entender que quer sair. Do contrário, nada vai alterar a minha postura”, esclareceu.

João Paulo apelou às legendas para que tenham maturidade na condução do processo eleitoral. “Está claro que nós (PT e PPS) teremos mais de um palanque nacional no primeiro turno. Temos que encarar isso com muita maturidade”, disse.

A semana que passou foi recheada de torpedos entre PT e PPS a partir da reação do prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PPS), ao que denominou de “interferência indevida” dos petistas em seu partido. O PT não deixou sem respostas, e revidou, desafiando os pós-comunistas a entregar os cargos que ocupam na PCR.
João Paulo retoma as funções de prefeito amanhã.


Freire mantém encontro com Jarbas
No momento em que o PPS entra em nova rota de colisão com o PT – dificultando ainda mais a unidade das oposições e contribuindo para alimentar o fantasma de que os pós-comunistas podem migrar para o palanque de Jarbas Vasconcelos (PMDB) – o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, encontra-se com o governador.
Para o encontro, não se poderia ter escolhido local de maior intimidade: a residência de Jarbas, no Rosarinho. Os dois se reúnem hoje, às 9h30, para conversar sobre a violência no Estado, segundo agenda divulgada pela assessoria do senador.

A iniciativa do convite foi de Jarbas, em resposta a um pronunciamento proferido por Freire, na sexta-feira (19), no Senado, sobre a questão da violência. Mas é natural que as circunstâncias em que ocorre o encontro alimentem as especulações de que as questões políticas deverão fazer parte da conversa.

O presidente interino da legenda pós-comunista, Byron Sarinho, no entanto, descarta a proximidade do PPS com o Palácio das Princesas. E diz que Jarbas está cada vez mais inserido nas costuras do palanque de FHC, quando se coloca na ala de frente das articulações para manter a unidade dos partidos que sustentam o Governo Federal.


Garotinho quer Erundinha disputando o Governo paulista
SÃO PAULO – O governador Anthony Garotinho (PSB-RJ) lançou ontem o nome da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) como candidata ao Governo de São Paulo em 2002. Ele quer ter um palanque forte no Estado para impulsionar sua candidatura presidencial. “Só uma mulher com sua coragem para vencer o desafio de ser candidata ao Governo de São Paulo”, afirmou Garotinho.
Erundina disse que prefere esperar para ver melhor o quadro sucessório. “Vamos ver qual o compromisso do partido. Acabei de sair de uma eleição majoritária difícil, não tenho mais tempo para aventuras”, disse, referindo-se à eleição municipal de 2000, na qual ficou em 5º lugar.


José Serra reage a Tasso Jereissati
BRASÍLIA – A candidatura do ministro da Saúde, José Serra, à Presidência da República vai sair do armário, amanhã, quando ele fará um discurso sobre os desafios da integração comercial do País, na abertura do seminário “O Brasil e a Alca”, organizado pela Câmara dos Deputados. Pela primeira vez desde que retornou ao Governo, há três anos e meio, Serra expressará publicamente seu pensamento sobre um tema de relevância nacional desvinculado da área de atuação do seu Ministério.

A iniciativa é uma reação do ministro tucano à movimentação política do governador do Ceará, Tasso Jereissatti, seu principal adversário dentro do PSDB na corrida pela sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Na última semana, Tasso procurou recuperar o terreno perdido. Assumiu de vez a pré-candidatura e iniciou a costura de apoios tanto no PSDB como entre os partidos aliados e no meio empresarial. Hoje, em São Paulo, ele será homenageado em um jantar patrocinado pela família do ex-governador Mário Covas - que antes de morrer, no início deste ano, manifestou seu apoio à candidatura do governador do Ceará.

Serra quer evitar que Tasso tome a dianteira do processo, mas não pretende entrar na disputa de maneira aberta neste momento. O seminário da Alca foi considerado pelo ministro uma boa oportunidade de entrar no debate dos problemas nacionais sem ostentar o carimbo de candidato - o que poderia deixá-lo vulnerável antes que sua candidatura estivesse suficientemente madura. Por isso, ele acertou sua participação no evento em um almoço com o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), na semana passada.

Tasso e Serra estão percorrendo caminhos diferentes na tentativa de se consolidarem como o candidato tucano à sucessão. O governador busca apoio fora do partido na tentativa de se apresentar como a melhor opção para aglutinar um leque mais amplo de aliados. O ministro busca sustentação na máquina do Governo e tentar firmar-se como um eixo de coesão do PSDB, espalhando sinais de que seu eventual Governo teria uma personalidade mais afinada com as aspirações do partido.

Os aliados de Serra esperam que esse traço fique demarcado no discurso que fará amanhã. “O Serra tem que ciscar para dentro do PSDB, mas com o cuidado de não gerar arestas que dificultem alianças”, sustenta o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), um dos principais articuladores da candidatura Serra dentro do Congresso


Professores federais decidem manter greve
Categoria, que continua sem receber o salário de setembro, rejeitou a proposta do
Ministério da Educação de reajuste médio de 12% e decidiu retomar as negociações com o Governo


BRASÍLIA – Os estudantes de todo o País terão de esperar pela volta às aulas. Apesar de o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) ter decidido ontem retomar as negociações com o Governo, praticamente todas as assembléias rejeitaram a proposta do Ministério da Educação de reajuste médio de 12%. “Não estamos trabalhando ainda com a hipótese de terminar a greve”, disse o presidente do sindicato, Roberto Leher.

Para dividir os professores em greve desde o dia 22 de agosto, o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, enviou no sábado uma carta aos reitores avisando que poderá liberar o pagamento das universidad es, caso o reitor informe o fim da greve em sua instituição. Segundo ele, assim que o ministério receber a comunicação que uma determinada universidade voltou às aulas, manteve o calendário do vestibular e assegurou a reposição de aulas, o salário dos professores será liberado.
A volta dos funcionários ao trabalho e a retenção dos salários dos docentes enfraquecerá a greve dos professores, segundo a avaliação do ministério. Para a secretária de Ensino Superior do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro, só com o indicativo de retorno às salas de aula os professores receberão os salários de setembro.

De acordo com o coordenador do Andes, José Domingues Godoy, o Governo tem uma visão precipitada ao pensar que a greve dos professores vai enfraquecer. “O fato de a greve dos servidores estar chegando ao fim não indica que os professores também vão desistir da paralisação”, ressaltou o coordenador.
“A avaliação do Governo é mais um desejo que uma manifestação da realidade”, completou o presidente do sindicato.

A categoria reivindica a incorporação da Gratificação por Atividade Executiva (GAE) e da Gratificação de Estímulo à Docência (GED) aos salários, o que custaria R$ 470 milhões, segundo o presidente Leher. No entanto, o Governo só dispõe de R$ 250 milhões para a negociação com os professores, conforme acordo com líderes do Congresso para o Orçamento de 2002.


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10/22/2001


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