João Pedro defende articulação política internacional em defesa da vida de Zelaya



Em discurso no Plenário nesta quarta-feira (23), o senador João Pedro (PT-AM) recomendou que seja empreendida uma "articulação política internacional" para defesa da vida do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, que está abrigado na embaixada brasileira naquele país. Tal medida, alertou oparlamentar, seria uma consequência da decisão dos atuais dirigentes de Honduras de não obedecer, como país membro da Organização dos Estados Americanos (OEA), as recomendações desse organismo frente à crise.

Ao apoiar a posição do governo brasileiro em exigir o retorno da regularidade democrática em Honduras, o senador também concordou com a decisão dos senadores em aprovar requerimento condenando o cerco militar à embaixada brasileira, ocorrido no começo desta semana.

- Considero essa situação gravíssima pelo simbolismo do golpe militar, por conta do tratamento a um Presidente da República. Não podemos silenciar frente a essa ruptura com um presidente eleito. Precisamos levantar nossas vozes e condenar o golpe militar - declarou o senador, que condenou o autoritarismo e a arrogância com que agem os golpistas.

João Pedro informou que, apesar de a embaixada brasileira ter concedido asilo ao presidente deposto, não há interesse do Brasil de permanecer com Manuel Zelaya, mas sim de cobrar respeito ao mandato desse presidente e à embaixada do Brasil em Honduras. Ele assegurou que a situação atual não foi gerada pelo Brasil, acrescentando que não iria aceitar insinuações de que o ato do presidente Manuel Zelaya tenha sido premeditado.

Erro diplomático

Em aparte, o 1º secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), apontou erro da diplomacia brasileira no episódio, resultado, segundo ele, de "uma política externa atabalhoada que o governo vem fazendo". Para Heráclito, o fato de Zelaya haver se instalado com 115 pessoas na embaixada transforma aquele espaço em um comitê de defesa do retorno de Zelaya ao poder. "Estamos numa bananosa", disse ele.

João Pedro retomou a palavra para discordar do aparte de Heráclito, alegando que não existe amadorismo no Itamaraty, reafirmando ser Zelaya detentor de um mandato legítimo e possuir representatividade legal.



23/09/2009

Agência Senado


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