João Pedro reflete sobre o significado da reunião do G-8



O senador João Pedro (PT-AM) fez uma reflexão sobre a reunião do G-8, composto pelos sete países mais industrializados e a Rússia, que está sendo realizada no Japão, e as conseqüências sobre a crise alimentar que vive a parte pobre do mundo. Para o senador, essa situação é resultado da crise do sistema capitalista mundial, que privilegia o lucro.

- Essa é uma crise estruturante, onde a maioria se torna refém do modelo excludente que privilegia os grandes grupos econômicos. Os países ricos deveriam ter um olhar, que o capitalismo não tem, de construir uma sociedade mais humana e mais solidária. Na verdade, nós temos alimentos, mas parte da população mundial não tem os recursos para ter acesso aos alimentos - assinalou.

João Pedro manifestou sua esperança de que os países emergentes convidados a participar da reunião - Brasil, Índia, China, África do Sul e México - possam "quebrar a arrogância, a forma autoritária e discriminatória com que países ricos tratam os países pobres". Ele espera que os protestos das organizações não-governamentais (ONGs) sensibilizem os dirigentes dos Estados Unidos e da União Européia, para que possam "enxergar o mundo formado por seres humanos". O senador lamentou que apenas oito países definam as regras dos investimentos, da produção e dos financiamentos no mundo.

- Eu fico muito incomodado porque esses países acabam ditando normas em que a Humanidade, o ser humano, pouco importa. O que importa são os índices econômicos - disse.

Sem economizar elogios à política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse, em aparte, que estava satisfeito com a esperança de João Pedro de que os países do G-8 olhem os problemas da Humanidade inteira. Na opinião de Cristovam, se isso ocorrer, será pela influência dos países do grupo chamado G-5, que é liderado, na opinião dele, pelo Brasil.

- Os países ricos não conseguem ter a dimensão clara da miséria. A miséria é um simulacro, aquilo que se vê na televisão como se não existisse, apenas imagens que aparecem. O sofrimento com a tragédia, lamentavelmente, eles não vão ver. O que eles podem ter é medo da migração desses pobres subindo em direção ao Norte, onde estão os países ricos - disse.



08/07/2008

Agência Senado


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