João Ribeiro quer participação do Congresso no debate sobre ensino público
O senador João Ribeiro (PFL-TO) disse neste sábado (13) que o Congresso Nacional não pode ficar alheio à discussão lançada pelo ministro chefe da Casa Civil José Dirceu, em entrevista à revista
Época, para quem as universidades públicas devem passar a cobrar mensalidades dos estudantes de famílias mais abastadas, mantendo a gratuidade para os universitários de baixa renda. O senador, que criticou o modelo de ensino público superior do país, disse que concorda com proposta do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) que reserva cotas de vagas para alunos oriundos das escolas públicas. Na opinião de João Ribeiro, o ensino brasileiro segue um modelo perverso que não atende à maioria da população e favorece apenas os filhos de famílias mais abastadas, impedindo cada vez mais o acesso à universidade dos filhos de famílias carentes. - O que está à vista de todos nós, desde o tempo em que se instalou o primeiro curso superior no Brasil, é que os bancos das universidades públicas são ocupados, na sua maioria absoluta, pelos filhos da classe mais rica da população, que efetivamente poderia custear as despesas da educação de nível superior sem maiores dificuldades - afirmou. Para o senador, além de buscar mais qualidade para a educação em todos os níveis, é preciso vencer tabus e assegurar livre acesso ao ensino público superior. A solução, de acordo com o parlamentar, estaria em uma fórmula que conciliasse o financiamento da universidade pelo poder público e pelas famílias com condições de pagar.
Em aparte, o senador Antero Paes de Barros pediu mais agilidade da Câmara no exame de seu projeto que estabelece cotas na universidade pública para estudantes carentes. Os senadores Leomar Quintanilha (PFL-TO) e Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) também defenderam a reformulação do ensino publico brasileiro e o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) criticou a atuação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva na área da educação.
13/12/2003
Agência Senado
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