João Thomé cobra atenção para a Amazônia



O senador João Thomé Mestrinho (PMDB-AM) cobrou, nesta sexta-feira (19), respeito à região amazônica que, segundo ele, nos últimos anos, tem sido transformada em moeda de troca.

- Toda vez que há uma negociação externa, toda vez que há uma negociação com o FMI (Fundo Monetário Internacional), com o Banco Mundial, mais um gesso se põe na Amazônia. Parece que somos um apêndice do país. Mas somos nós, lá, que defendemos nossas fronteiras, que teimamos em que a região fique e seja considerada brasileira, somos nós que enfrentamos a malária.  Infelizmente, não é assim que o poder central, nesses últimos anos, olha pra região - disse.

João Thomé lamentou "o desprezo que se tem por aquele pedaço de terra", destacando que o cidadão brasileiro que nasceu na Amazônia é proibido de entrar em muitas regiões, "porque são reservas, são áreas de pesquisas feitas por organizações não-governamentais que dominam determinadas regiões". O senador acrescentou que "materiais da biodiversidade da nossa floresta, fauna e flora saem" mas os que moram na região não têm acesso a eles.

O parlamentar disse ainda que, na Amazônia, apesar de haver 25 milhões de hectares de várzeas "altamente férteis", nunca foi feito um projeto de mecanização dessas várzeas para a produção de grãos.

 -  São 25 milhões de hectares de várzeas e nós estamos fora do Pró-Várzea, porque há uma política internacional de engessamento de futuros concorrentes no mercado internacional. Estamos em cima da riqueza, passando fome. Estamos no que chamam de paraíso verde, vivendo o inferno - afirmou.

João Thomé afirmou que, por acreditar em sua terra e no caboclo, está endividando-se para fazer "algo que o poder público devia fazer, mas não faz": iniciou um projeto de criação de peixe em cativeiro e agora partirá pra a mecanização das várzeas. Disse que a experiência nas várzeas, que está em seu  início, já gerou críticas de "ambientalistas entre aspas" , o que não o intimidará.

O senador enfatizou que são os habitantes do extremo Norte que "seguram aquela fronteira", apesar de alguns segmentos quererem considerá-los pessoas de segunda classe.

- O Brasil é uma coisa só, o respeito tem de ser um só.  É preciso criar alternativas econômicas, gerar produção para que os cidadãos possam ter seus ganhos e cuidar de suas famílias. Não podemos ficar eternamente dependendo única e exclusivamente da Zona Franca de Manaus - concluiu João Thomé, que foi aparteado pelos senadores Alberto Silva (PMDB-PI) e Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR). 

 



19/11/2004

Agência Senado


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