Mozarildo cobra mais atenção à educação na Amazônia
Ao prestar homenagem ao professor brasileiro nesta sexta-feira (15), o senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) reclamou uma maior atenção das autoridades para a Amazônia "pelo menos na questão da educação". O senador destacou que todo mundo sabe que o professor é muito mal pago no Brasil e lembrou que a profissão de mestre é fundamental para ensejar a existência de outras profissões. O Brasil, observou, é descuidado com o pagamento, com a qualificação, com a possibilidade de o professor aprimorar-se, e isso "é lamentável sob todos os aspectos".
Mozarildo disse que, também na educação, o Brasil é concentrado no Sul e no Sudeste. Ele deu o exemplo das escolas de Medicina: mais de 80% delas estão nessas regiões. Roraima, informou, tem a sorte de ter uma escola de Medicina porque houve muita luta para que isso acontecesse. E lembrou que o professor universitário ganha a mesma coisa trabalhando no Rio de Janeiro ou em Roraima.
- Quem vai terminar um doutorado e ser professor em Roraima, ganhando o mesmo que no Rio de Janeiro ou em São Paulo? Não há nenhum estímulo para levar o saber àquelas regiões. É preciso repensar essa realidade.
Mozarildo registrou o fato de serem os pobres os que estão nas universidades particulares, "pagando a mensalidade aos trancos e barrancos". Isso porque essas pessoas cursaram o ensino médio em escolas públicas, onde a educação é de má qualidade, e não têm condições de competir, para ingressar nas universidades públicas, com os filhos de ricos que estudam em escolas boas e fazem cursos pré-vestibular, afirmou. O senador falou ainda sobre o reduzido número de professores que trabalham na Universidade Federal de Roraima (UFRR) e sobre o fato de os concursos públicos para professor privilegiarem as regiões onde há maior número de alunos matriculados, o que acaba por manter a desigualdade.
- Nada de efetivo tem sido feito para melhorar esse quadro. O Brasil é desigual sempre, é desigual na educação. Fico indignado e espero que o governo Lula mude essa realidade, ele que veio lá da camada social mais pobre, pois é preciso mudar essa realidade para beneficiar as pessoas que mais necessitam.
Professor concursado da UFRR, Mozarildo referiu-se também à situação dos professores dos ex-territórios federais, que não recebem mais gratificação sob a alegação de que foi feito concurso público para o estado e eles não são do quadro estadual. A situação, registrou, também é enfrentada pelos demais servidores dos ex-territórios.
O senador homenageou os professores da UFRR e do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Roraima e cumprimentou todos os professores brasileiros, manifestando seu inconformismo "pela forma como vem sendo tratado, há décadas, o professor no Brasil". Ele prestou também homenagem a todos os mestres do início da sua vida, citando as professoras Cidalina Thomé e Lúcia Menezes e o padre Zintu.
15/10/2004
Agência Senado
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