Mozarildo cobra mais atenção do governo com a região da Amazônia e faixa de fronteira
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) criticou em Plenário nesta quarta-feira (16) a falta de uma política de desenvolvimento para a região da Amazônia e da Faixa de Fronteira no país. O senador cobrou ações eficazes de assistência à população da região, sejam índios, garimpeiros ou trabalhadores urbanos.
Mozarildo lamentou que o vice-presidente da República, Michel Temer, tenha feito esta semana uma visita a Roraima, estado do senador, apenas para assistir a uma operação militar de explosão de pistas de pouso clandestinas usadas por garimpeiros. E lamentou que as visitas não sejam mais frequentes e motivadas por “um plano, uma agenda positiva para o estado e para toda a Amazônia e faixa de fronteira”.
- Quero fazer um apelo ao governo da presidente Dilma, que acabou de lançar um grande programa, o Brasil Carinhoso, e que está preocupada, de fato, em tornar este país um país sem miséria, para que ela olhe com mais carinho a questão das nossas fronteiras – alertou, ressaltando que são 16 mil quilômetros de fronteiras, que vão do Amapá, passando por Roraima, que é o extremo norte, passa pelo Amazonas, e vai até o Rio Grande do Sul.
Ele lembrou ainda que a faixa abrange 150 quilômetros da linha de fronteiras para dentro, em plena Amazônia.
- É por lá que entram as drogas e as armas para armar o narcotráfico, é por lá que saem as nossas riquezas minerais que nós não podemos explorar, porque estão em terras indígenas – advertiu.
A proteção às fronteiras, aliás, foi um dos pontos que o senador enfatizou como necessidades urgentes na região. Segundo ele, as pistas clandestinas persistem, apesar das ações militares de contenção, por dois motivos. O primeiro é que não há proteção das fronteiras nem das reservas indígenas. O segundo é que os garimpeiros, que também são brasileiros, não têm alternativa de vida a não ser buscar tirar o ouro e o diamante para sobreviverem. Faltaria, também, uma política indigenista voltada para o ser humano, uma política permanente de defesa das nossas fronteiras e uma regulamentação da atividade mineral.
Indígenas
Outro ponto delicado destacado pelo senador é a demarcação das terras indígenas que existiriam no papel, mas não estariam se traduzindo em melhorias na vida dos índios. Seria uma “falsa proteção” às comunidades indígenas, que seguem sem assistência médica, econômica ou educação.
- Estamos fazendo jogo para inglês ver, como se diz no popular. Um jogo para agradar à comunidade internacional, desprezando os brasileiros, índias, índios, não índios, garimpeiros, pessoas que não são nenhuma dessas coisas, mas que vivem lá. Então, o homem e a mulher da fronteira não são olhados com carinho. O Brasil continua sendo um país que está no litoral, apesar de se terem passado mais de 500 anos de sua descoberta. Que país é este que quer se desenvolver de maneira tão desigual geograficamente e tão desigual no que tange às pessoas, ao tratamento das desigualdades sociais? – cobrou.
16/05/2012
Agência Senado
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