Joaquim Francisco deverá ficar no PFL



Joaquim Francisco deverá ficar no PFL É cada vez maior no PFL a impressão de que o deputado Joaquim Francisco não irá deixar o partido. Ontem, ele participou das duas inaugurações de matadouros ao lado do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) - foi o primeiro encontro dos dois, em um evento público, desde que, no mês passado, Joaquim afirmou que o governador "criava tensão na aliança" ao não definir logo que cargo irá disputar em 2002. Mesmo assim, o ex-governador informou que na próxima semana deve anunciar o seu destino partidário. Nos últimos dias, explicou, esteve preocupado apenas com os atentados terroristas contra os Estados Unidos. Jarbas critica gestão de João Paulo na prefeitura Governador deixa de lado a cordialidade e resolve atacar petista Pela primeira desde que iniciaram a política da boa vizinha, o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o prefeito do Recife, João Paulo (PT), trocaram críticas sobre suas administrações e a maneira como cada um vem atuando diante dos problemas que afligem a população. O primeiro a questionar foi o governador. Numa entrevista à Rádio Jornal, o peemedebista alegou, ontem, que a gestão petista no Recife não é diferente nas outras cidades do País quando o assunto é lentidão. "É sempre o assembleísmo. Se há um partido indeciso, que não sabe definir as coisas é o PT. Não é só aqui em Pernambuco não, é em todo o canto", afirmou. Na avaliação do governador, o jabuti usado no programa partidário do PT para dizer que o governo Jarbas é lento, quase parando é uma espécie de antídoto contra os próprios petistas. "É uma vacina que o PT está querendo colocar contra ele. Tudo leva para a assembléia, demora, é se arrastando, quase parando. Então o Jabuti é o símbolo dele", comentou. Jarbas disse, ainda, que seu governo vaicomprovar o que diz. "Se há um jabuti que é muito ágil, um jabuti que corre e que faz as coisas é o governo de Pernambuco. Agora em termo de se arrastar, de não tomar decisões, de empurrar com a barriga, essas são as administrações do PT, aqui e em todos os lugares do mundo", ironizou. Mesmo com todas as críticas feitas ao PT, o governador procurou manter a salvo o acordo informal firmado com João Paulo para que a boa convivência entre os dois não seja abalada. "Tenho me reunido com João Paulo, tenho o respeitado. Tenho procurado ajudá-lo e vou continuar mesmo com as agressões do seu partido", disse. Segundo o peemdebista, uma coisa não inviabiliza a outra. "Eu nunca vou ser acusado de que deixei de ajudar o Recife por ter sido agredido", disse. João Paulo também seguiu linha semelhante a adotada pelo governador. Criticou, mas deixou a entender que a política da boa vizinhança será mantida. No mesmo programa de rádio em que Jarbas foi entrevistado, João Paulo falou no mesmo dia, mas em horário diferentedo governador. "O governo de Jarbas é frágil. Todos os compromissos de campanha, do ponto de vista estrutural da cidade, não conseguiram ser implementados. A BR-232 não vai conseguir ser concluída antes do final do seu governo. Foi com o dinheiro da Celpe, não foi nada novo", disse. Para João Paulo, os aliados do governador não são confiáveis. "O sentimento de quem está de fora é que Jarbas está com dificuldade interna para fazer a composição. Há setores que não torcendo pela vitória dele. Jarbas sabe que tem fragilidade, que eles não têm a unidade", finalizou. Estevão nega depósito em favor de juiz Ex-senador é acusado de desvio pelo Ministério Publico Federal SÃO PAULO - O ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF) negou ontem que tenha enviado US$ 1 milhão para a conta do juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, no Banco Santander de Genebra, na Suíça. Estevão foi interrogado durante uma hora e 30 minutos, pelo juiz Casem Mazloum, que conduz a ação criminal sobre o desvio de recursos das obras do Fórum Trabalhista de São Paulo. Acompanhado do advogado, o ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Vicente Cernichiari, o senador cassado afirmou que jamais transferiu dinheiro para Nicolau. "Não mandei dinheiro para o juiz, nem para a família ou para algum procurador dele", afirmou Estevão. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), entre julho e outubro de 1993, o ex-senador repassou US$ 1 milhão para a conta Nisan, cujo titular é Nicolau. A soma foi remetida para a Suíça a partir de duas contas, denominadas Leo Green e James Tower - nomes fantasia adotados por Estevão, de acordo com a Procuradoria da República. A Leo Green e a James Tower são contas que Estevão teria mantido no Delta Bank de Miami. Estevão assegurou que as contas de Miami não pertencem a ele. Ele voltou a criticar o MPF, dizendo que a intenção dos procuradores é o perseguir. O ex-senador do PMDB do Distrito Federal também afirmou nunca ter sido credor nem devedor da empresa Manaus Trading, situada em Miami. Por meio dessa companhia, segundo a Procuradoria, os empresários responsáveis pela obra do Fórum - Fábio Monteiro de Barros Filho e José Eduardo Corrêa Teixeira Ferraz - enviaram US$ 3,2 milhões para os Estados Unidos. Uma parte dessa quantia teria ido parar na conta Leo Green. Mazloum marcou um novo interrogatório de Nicolau para o dia 8. Mazloum ainda determinou que o processo deverá prosseguir independentemente da chegada da carta rogatória expedida para ouvir uma testemunha de defesa de Barros Filho, que reside na França. ALEGAÇÕES- O Ministério Público deve entregar no início da próxima semana as alegações finais do processo que investiga os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, supostamente cometidos pelo juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto. A alegação final é a última manifestação da acusação na tentativa de convencer o juiz a condenar o réu. Na sequência, a defesa de Nicolau também terá uma prazo de dez dias para apresentar suas alegações finais na tentativa de absolvê-lo. Só depois o juiz dará a sentença condenando ou não o juiz aposentado. Nicolau responde a um outro processo em que é acusado de corrupção ativa, peculato, formação de quadrilha e estelionato em que são réus também os empresários Fábio Monteiro de Barros, José Eduardo Teixeira Ferraz e o senador cassado Luiz Estevão. Eles são acusados de envolvimento no desvio de R$ 169,5 milhões das obras de construção do prédio do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho), em São Paulo. Jader não acredita que será cassado BRASILIA - O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), acredita que o relatório da comissão especial do Conselho de Ética que pede abertura de processo de quebra de decoro parlamentar contra ele será rejeitado no próximo dia 20. "Não existe absolutamente nenhuma prova contra mim. Isso é de um ridículo que não tem tamanho. Agora, sou acusado de ter faltado com a verdade por ter exercido o direto constitucional de me defender", disse Jader. A votação do relatório será nominal. Para ser aprovado, é preciso a aprovação da maioria simples dos 16 senadores que integram o Conselho de Ética. Jader disse ontem que havia sido alertado, antes da eleição para o Senado, pelo senador José Sarney (PMDB-AP) sobre o risco de assumir o cargo. Sarney teria dito que, "se você (Jader) insistir (na candidatura), está preparada uma ampla campanha da Imprensa que você não imagina a dimensão. Depois disso, essa campanha será encampada por alguns setores do Senado". O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Vellosomandou hoje para a Polícia Federal o inquérito criminal que apura o envolvimento do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB- PA), na venda de TDAs (títulos da dívida agrária), com os dados sigilosos sobre a movimentação bancária dele de outubro de 1988 a maio de 1989. Relator do inquérito, Velloso estabeleceu o prazo inicial de 60 dias para que a PF promova o cruzamento de dados e conclua a investigação. Com base nessa conclusão, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, decidirá então se oferece ou não denúncia ao STF, para a abertura da ação penal. Também tramita no Supremo o inquérito contra Jader sobre desvio de recursos do Banpará quando Jader era governador. Nesse caso, Velloso só aguarda o envio de um inquérito arquivado pela Justiça Federal no Pará para encaminhar os autos à PF, com as informações sobre a movimentação bancária de janeiro de 1984 a junho de 1990. Jader pediu hoje ao STF, por meio de uma petição do advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que seja transferido para o tribunal o inquérito sobre irregularidades na Sudam, em curso na Justiça Federal no Tocantins. Colunistas DIARIO Político Mais um jogo de cena Um escândalo atrás do outro no Congresso e sempre aparece alguém procurando - e encontrando - uma saída para os políticos e seus desmandos. Foi assim com os ex-senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (PSDB-DF), no caso da violação do painel eletrônico do Senado e agora com Jader Barbalho, que renunciará à presidência do Senado na próxima semana, para acabar com o que denominou de "impasse da instituição". Isso é, a disputa pela sua cadeira que já estava sendo desejada pelo PFL, especialista em ocupar espaços, por conta da enxurrada de acusações que pesam contra ele. Pode-se argumentar que o caso de Jader é diferente dos outros, que ele é acusado de desviar dinheiro do Banpará, de ter uma fortuna que não consegue explicar como conseguiu e muitas outras coisas que podem colocá-lo numa situação mais complicada do que a que ele se encontra e quem sabe, terminar em cassação do seu mandato lá na frente. Pode até ser. Mas, pelas articulações feitas na última quinta-feira, um arrumadinho queenvolveu o novo presidente do PMDB, Michel Temer (SP), os líderes dos partidos no Senado e o próprio presidente FHC, fica difícil imaginar que o caminho de Jader Barbalho não seja o mesmo seguido por ACM e Arruda: renuncia ao mandato dentro de mais alguns dias e, imediatamente, inicia campanha para disputar um novo, em 2002, como seus colegas já estão fazendo. Numa boa. A maioria dos pernambucanos detesta o horário de verão, com ele se economiza menos de 1% de energia em Pernambuco e, mesmo assim, o Governo do Estado vai adotá-lo a partir de 14 de outubro Eleição 1 Luís Inácio Lula da Silva disse, ontem, que Jarbas Vasconcelos tem o mesmo defeito de Olívio Dutra (PT), prefeito de Porto Alegre:" É bairrista, circula pouco na política nacional, o que pode dificultar a consolidação do seu nome como candidato a presidente. Mas tem boas condições de concorrer". Eleição 2 A declaração do pré-candidato do PT à Presidência foi feita no programa Geraldo Freire, da Rádio Jornal, onde ele também anunciou que votará em José Dirceu para presidência nacional do PT, na eleição de amanhã, e conclamou os petistas pernambucanos a acompanhar seu voto. Título A Prefeitura de Itamaracá recebe, hoje, às 20h, no Forte Orange, o certificado ISO 9001/2000 por ter um padrão administrativo de primeiro mundo, reconhecido pela empresa americana Perry Johnson Register. Segundo o prefeito Marcos Augusto (PPB), é a primeira cidade no Brasil a receber esse título. Vitória Luiz Vidal (PSDC) acha que o resultado da convenção do PMDB marcou duas vitórias para Jarbas Vasconcelos:" Sobre Itamar Franco (PMDB-MG) e também sobre Maguito Vilela (PMDB-GO), que foi o candidato a presidente nacional do partido com apoio do governador de Minas Gerais". Explicação 1 A Secretaria de Comunicação Social da PCR envia nota explicando que os dois carros abandonados no estacionamento da PCR, uma Marajó e um Santana, serão leiloados porque estão sem condições de uso. Explicação 2 Informa que o Santana em questão não era o utilizado pelo ex-prefeito Roberto Magalhães e que o carro oficial que ele utilizava está em boas condições e é usado pelo vice-prefeito, Luciano Siqueira. Telefonia A Telemar estará na pauta da Assembléia, segunda-feira, às 14h. Quando Gilson Costa (PTN) falará sobre os investimentos da empresa, aumento do número de terminais no Estado e do Projeto Telemar de Educação, que é desenvolvido pela operadora em Tacaimbó. Visita O diretor do Instituto de Pesquisas Econômicas do Ministério do Planejamento, o economista Gustavo Maia Gomes, visitou, ontem, o DIARIO DE PERNAMBUCO. Foi recebido pelo diretor superintendente, Luiz Otávio Cavalcanti. Manoel Ferreira, do PPB, já decidiu: votará no governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PSB), para presidente. Mesmo que a orientação do partido seja outra, ele garante que não mudará de idéia: "Posso f azer campanha para outro candidato, mas meu voto é meu e não vou mudar". Editorial Contraponto belicoso A decisão do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, de cancelar o encontro de seu ministro do Exterior, Shimon Peres, com o líder da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, demonstra inacreditável desprezo à pacificação do Oriente Médio. A reunião estava marcada para amanhã. Sinalizava esforço para retomada das negociações de paz suspensas há quase um ano, quando irrompeu a rebelião palestina (intifada). O surto de violência se iniciou após a visita de Sharon à Esplanada das Mesquitas, em 28 de setembro do ano passado, em gesto de provocação gratuita e irresponsável. O local é considerado sagrado pelos muçulmanos. Desde então, a escalada das hostilidades já colheu mais de 800 mortes, a maioria de palestinos. O acordo de paz celebrado em Oslo (Noruega) em 1993, o mais importante avanço para a pacificação do Oriente Médio, até hoje arde nas labaredas do confronto com a intifada. Sharon não deu a menor importância à recomendação do presidente George W. Bush de que o diálogo com Arafat fosse realizado de qualquer forma. Os atos terroristas contra alvos norte-americanos em Nova Iorque e Washington não deveriam ser motivo para adiá-lo ou cancelá-lo. Agora se sabe por que a conclamação do presidente norte-americano foi ignorada. O primeiro-ministro israelense executa manobra sorrateira. Aproveita o desvio da atenção mundial para os acontecimentos nos Estados Unidos a fim de ampliar operações bélicas contra territórios palestinos. Tanques invadiram as cidades de Jenin, próximo à fronteira norte com Israel, e Jericó, ambas na Cisjordânia. Novos mortos e feridos foram acrescentados às estatísticas do morticínio. A conduta de Sharon faz contraponto belicoso com o discurso sereno de Tony Blair, primeiro-ministro britânico, ontem, perante a Câmara dos Comuns. Advertiu ele que uma ação mundial deve ser realizada para derrotar os terroristas antes que tenham chance de utilizar armas atômicas e outras de destruição maciça. Mas destacou a necessidade de que o Oriente Médio seja objeto da ação conciliadora e da vontade política das nações a fim de instalar a paz na região. Blair põe em destaque a solidariedade do Mundo civilizado com os Estados Unidos na destruição pela força dos núcleos do terror. Não esqueceu, contudo, de recolher em sua reflexão o infortúnio do Oriente Médio para convocar ações pacificadoras. Sharon aproveita as zonas de sombra não cobertas pelos holofotes internacionais dirigidos a Nova Iorque e Washington para desfechar novas operações contra palestinos na Cisjordânia. Topo da página

09/15/2001


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