JOSAPHAT DEFENDE CULTURA CACAUEIRA
O senador Josaphat Marinho (PFL-BA) apelou hoje (dia 29) ao governo federal para que não abandone o plano de recuperação da lavoura cacaueira da Bahia, mesmo que incentivos sejam dados para a intensificação da produção de dendê. Ele invocou a tradição do cacau naquela região e a oportunidade do seu cultivo numa época em que o produto volta a obter preços razoáveis no mercado internacional.
- Esse é o apelo que faço menos em termos de reclamação do que de esperança -disse o senador. Conforme o senador, o governo da Bahia está interessado em incentivar o plantio de dendê no sul do estado, como diversificação da lavoura, pelo fato de as plantações de cacau estarem sendo dizimadas pela praga "vassoura-de-bruxa". O governo baiano estaria inclusive em contato com a Malásia, a fim de utilizar tecnologia bem sucedida naquele país.
Josaphat Marinho disse não fazer restrições a essa diversificação, cogitada desde que a lavoura do cacau entrou em crise, mas lembrou o significado da tradição da lavoura cacaueira. Observou também que, quando anunciado o plano governamental de recuperação dessa lavoura, com verbas para combater a "vassoura-de-bruxa", considerou louvável a iniciativa governamental, mas posteriormente constatou que o plano não tem sido devidamente cumprido.
- As dificuldades vêm desde o pagamento da primeira prestação, que se atrasou além do período razoável, porque o poder público exigiu provas da inexistência de débito para quem quisesse fazer jus ao recebimento das importâncias programadas.
Josaphat explicou que, em razão disso, atualmente os cacaucultores estão passando por graves dificuldades, muitos deles agora impedidos de receber os recursos para combater a vassoura de bruxa. O senador disse que o problema prosseguiu, os atrasos se desdobraram inexplicavelmente e ainda esta semana os produtores de cacau apelaram ao governo para que dê ao programa elaborado a execução devida.
O senador pediu a transcrição nos Anais do Senado de artigo sob o título "Cacau com dendê", de autoria do jornalista Jorge Calmon, publicado nojornal A Tarde, de Salvador.
29/08/1997
Agência Senado
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