JOSÉ ALVES DESTACA ENCONTRO DE PARLAMENTARES COM O PAPA JOÃO PAULO II



Trechos da fala do Papa João Paulo II a uma comitiva de 125 participantes levados pela Pastoral Parlamentar Católica do Brasil para uma audiência em Roma foram rememorados hoje (dia 5) pelo senador José Alves (PFL-SE) em discurso no plenário. O senador lembrou o lamentável abismo ainda existente entre privilegiados e despossuídos no Brasil para destacar a reflexão do Sumo Pontífice aos parlamentares brasileiros.

De acordo com José Alves, João Paulo II fez um alerta "à coerência cristã na gestão da vida pública". O líder da Igreja Católica lembrou aos presentes que a conduta dos políticos de uma nação de predominante tradição católica deve ser compatível com os princípios de moralidade e respeito à cidadania e direitos sociais.

- Como nordestino, tenho vivenciado e testemunhado o grande sofrimento que aflige as regiões mais pobres de nosso país. Como médico, tenho sentido as aflições e angústias dos que não desfrutam do direito aos mínimos serviços de saúde pública. Como homem de origens rurais, tenho assistido à trágica deterioração do campo, onde a fome e a miséria campeiam, à espera de soluções que nunca chegam - afirmou José Alves.

O senador afirmou que, ao partilhar da sabedoria de seu maior líder espiritual, sentiu-se no dever de expressar em plenário - como reiteradas vezes tem feito - sua "indignação pela fragilidade, para não dizer ausência, de um programa de governo que contemple as demandas sociais do povo brasileiro".

José Alves ressaltou o trecho do pronunciamento do Papa Pio XII levado pelo vice-presidente da República, Marco Maciel, líder da pastoral. No discurso de saudação ao Papa, Maciel citou que "a política, depois da religião, é a mais nobre atividade do ser humano". O vice-presidente afirmou ainda que o Brasil é um país privilegiado pelas três visitas que recebeu de João Paulo II.

Outras palavras do Papa no encontro foram lembradas pelo senador. João Paulo II afirmou que "a solidariedade não é um sentimento de vaga compaixão ou enternecimento superficial pelos males sofridos por tantas pessoas próximas ou distantes". Para o Papa, trata-se antes do contrário, ou seja, "a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum". Este bem, para o líder dos católicos, é "o bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos".

Na solenidade, os parlamentares brasileiros ouviram de João Paulo II postulados de várias encíclicas e concílios, alguns dos quais citados pelo senador: Rerum Novarum, Vaticano II, Populorum Progresio, Pacem in Terris, Quadragesimo Anno e Centesimus Annus, além da carta apostólica Tertio Millennio Adveniente.

05/06/1998

Agência Senado


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