Eduardo Suplicy propõe ida do Papa João Paulo II a Bagdá
Novo esforço para pôr fim ao conflito armado entre os Estados Unidos e o Iraque voltou a mobilizar o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Eduardo Suplicy (PT-SP). Na sessão plenária desta segunda-feira (31), o senador petista apresentou requerimento sugerindo ao Papa João Paulo II que convoque um conclave de líderes religiosos mundiais, preferencialmente em Bagdá, para discutir soluções pacíficas para a crise iraquiana e defender o cessar das hostilidades no Oriente Médio.
Segundo Suplicy, muitos apelos têm sido dirigidos ao site do Vaticano para que o sumo pontífice vá pessoalmente a Bagdá e tente -colocar um paradeiro à terrível guerra que lá se desenvolve-. Embora esteja convicto de que o conflito entre os dois países só será resolvido, de forma perene, na esfera diplomática, o parlamentar não deixa de considerar a influência que os líderes religiosos têm sobre os governos e a opinião pública mundial, que em grande parte vem se manifestando contra esse confronto.
- Talvez esse seja um dos caminhos possíveis para acabar com a guerra - arriscou. Ainda no requerimento, que deverá ser examinado pela CRE nesta terça-feira (1º), Suplicy recorda os termos do -Compromisso pela Paz Global-, assinado pelos principais líderes religiosos mundiais durante a realização da Cúpula do Milênio, em setembro de 2000. O documento destaca a necessidade de trabalho em conjunto dessas lideranças para a promoção de condições que cultivem a paz e a administração não violenta de conflitos.
Ao comentar a proposição de Eduardo Suplicy, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) considerou-a -lúcida e capaz de mudar a situação grave, constrangedora e deprimente- vivida no Iraque. Na sua opinião, a iniciativa também pode ajudar a convencer a opinião pública norte-americana, -dominada pela conspiração da mídia-, a retirar seu apoio à guerra. -O que está em jogo é o futuro da humanidade-, afirmou.
Caso o encontro religioso não possa ocorrer em Bagdá, Suplicy sugere que ocorra na capital de um dos países envolvidos na guerra, ou seja, Estados Unidos, Inglaterra ou Austrália. Ao final, o presidente da CRE lembrou que nesta quinta-feira (3), às 10h, os embaixadores do Reino Unido, Roger Bone, e dos Estados Unidos, Donna Hrinak, vêm ao Senado para falar da operação bélica contra o Iraque.
31/03/2003
Agência Senado
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