JOSÉ IGNÁCIO DEFENDE REEDIÇÃO DO PROÁLCOOL
A reedição do programa Proálcool, anunciada em junho do ano passado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, foi defendida pelo senador José Ignácio Ferreira (PSDB-ES), que criticou os opositores da idéia, principalmente em setores do próprio governo, que têm atrasado a implantação do programa.
- Setores do governo estão atrasando as decisões necessárias e, conseqüentemente, colocando em risco um dos maiores complexos de produção, geração e distribuição de riquezas no país, bem como as fantásticas possibilidades futuras do álcool como alavanca da nossa economia - advertiu.
O senador assegurou que até mesmo no exterior o álcool vem ganhando o mercado e citou, como exemplo, as empresas americanas Chrysler eFord, que anunciaram a colocação de "algumas centenas de milhares de carros a álcool no mercado". Isso exigirá, segundo os cálculos das duas empresas, conforme explicou o parlamentar, a produção de uma quantidade de 34 bilhões de litros de álcool combustível.
Para José Ignácio Ferreira, a iniciativa de reeditar o Proálcool pode colocar o Brasil à frente na corrida pelos combustíveis renováveis e limpos, posição que considera fundamental para o desenvolvimento do país e para a geração de empregos, especialmente no setor agroindustrial sucroalcooleiro.
- Não podemos abandonar à própria sorte um programa que movimenta ao redor de R$ 9 bilhões por ano, emprega cerca de um milhão de pessoas no campo, gera energia automotiva e elétrica e, ainda, produz alimentos.
O senador apontou também os recentes blecautes ocorridos no Rio de Janeiro e em São Paulo como justificativa para a implantação urgente do Proálcool. José Ignácioacredita que usinas de álcool poderiam amenizar o problema, fornecendo energia elétrica, gerada pela queima do bagaço da cana, para a população.
13/03/1998
Agência Senado
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