José Jorge adverte governo sobre risco de suspender obras de energia para o Nordeste



O Nordeste estará com o abastecimento de energia elétrica garantido até 2007, desde que o governo Luiz Inácio Lula da Silva -não cometa a irresponsabilidade- de suspender as obras de construção de termelétricas e de novas linhas de transmissão que saem do Sudeste e de Tucuruí (PA), afirmou em discurso o senador José Jorge (PFL-PE).

O plano para o Nordeste foi feito durante o racionamento de 2001 e previa também a duplicação da capacidade de Tucuruí de 4.000 para 8.000 megawatts - estas obras estão inclusive adiantadas. O Nordeste deverá receber 1.300 megawatts desta capacidade, mas o senador José Jorge, ex-ministro de Minas e Energia, entende que os nordestinos poderão receber quase o dobro desta capacidade.

As alternativas de abastecimento do Nordeste foram feitas levando em consideração que o Rio São Francisco, quase a única fonte hidrelétrica da região, chegou à sua capacidade máxima. Por ser apenas um rio, há sempre o risco de problemas com o período de chuvas, comprometendo a geração de energia.

Quanto às linhas de transmissão que ligarão Tucuruí ao Nordeste (já existe uma), elas se encontram em andamento. Uma destas linhas levará energia para Teresina (PI) e Fortaleza (CE) e a obra ainda não foi licitada. Já a ligação do sistema Sudeste com o Nordeste, conforme José Jorge, será feita pela usina de Serra da Mesa, no norte de Goiás, que é interligada às hidrelétricas do Sudeste. A linha de Serra da Mesa ao Recôncavo Baiano ainda está em construção.

Ainda de acordo com o senador por Pernambuco, o abastecimento do Nordeste será completado por dez termelétricas a gás natural, a maior parte em plena construção, algumas tendo a Petrobras como sócia. O custo desta energia é mais elevado e elas serão acionadas apenas nas horas de maior consumo.

Além disso, o plano conta com um sistema de emergência, com termelétricas deslocáveis, acionadas a derivados líquidos de petróleo. Essas usinas provisórias, todas particulares, foram contratadas durante o racionamento de 2001 e, no Nordeste, elas são 44. Os contratos de uso dessas unidades vão até 2005.



22/05/2003

Agência Senado


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