José Jorge considera versão de Thomaz Bastos inacreditável
O líder da minoria, senador José Jorge (PFL-PE), considerou "inacreditável" a versão divulgada pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de que esteve na casa do então ministro Antônio Palloci no dia 23 de abril apenas para apresentar o advogado Arnaldo Malheiros Filho. Para esclarecer esta versão, o senador comunicou que apresentou requerimento à CPI dos Bingos convocando o advogado para depor.
Na avaliação do senador por Pernambuco, o governo está patrocinando uma tentativa de iludir a população brasileira. Citando noticiário da imprensa publicado nesta terça-feira (11), José Jorge criticou a decisão da Polícia Federal (PF), que conseguiu na Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal do caseiro Francenildo Santos Costa, sob a alegação de que ele poderia estar envolvido em lavagem de dinheiro.
José Jorge afirmou que o Ministério Público (MP) não vê razões para que Francenildo tenha seu sigilo violado mais uma vez. Segundo ele, o MP pediu à Justiça Federal que a PF suspenda a operação de quebra de sigilo. O senador lembrou que, enquanto o caseiro sofre investigação, os envolvidos no escândalo mensalão sequer tiveram cogitada a quebra dos seus sigilos.
- O governo Lula massacra um caseiro que resolveu apenas falar o que viu. Na sua disposição de falar a verdade, o caseiro Francenildo nunca imaginou que derrubaria um todo poderoso ministro da Fazenda e o presidente de um banco estatal. Mas também não imaginou que sua postura ética teria implicações tão terríveis na sua vida pessoal e de sua família, como a do seu pai, que teve uma particularidade familiar espalhada por todo o país - afirmou José Jorge.
Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) opinou que, se o Congresso Nacional não estivesse desmoralizado perante a opinião pública, já teria sido aberto um processo de crime de responsabilidade contra o presidente Lula. Ela argumentou que motivos não faltam, como o mensalão e a quebra do sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa, ferindo sua liberdade individual.
11/04/2006
Agência Senado
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