José Jorge pede convocação de assessores de Thomaz Bastos



Ao afirmar que, pela gravidade da situação, o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos deveria ser convocado a prestar esclarecimentos ao Senado sobre o caso da quebra do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o senador José Jorge (PFL-PE) anunciou que deu entrada em requerimento na CPI dos Bingos para que o secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg, e o chefe de gabinete de Thomaz Bastos, Cláudio Alencar, deponham na comissão.

Segundo noticiou a imprensa, os dois assessores de Thomaz Bastos estiveram na casa do então ministro da Fazenda na noite em que Jorge Mattoso, então presidente da Caixa Econômica Federal, teria entregado o extrato bancário do caseiro a Palocci. Goldberg ainda estaria na residência de Palocci quando Mattoso chegou. Cláudio Alencar teria saído um pouco antes porque tinha outro compromisso.

José Jorge também comentou discurso feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante solenidade de posse dos novos ministros. Lula teria dito, segundo o senador, que irá torcer para que Tarso Genro, nomeado para a Secretaria de Relações Institucionais, "faça mais" do que seu antecessor Jaques Wagner, e do que José Dirceu e Aldo Rebelo, que também tiveram o papel de coordenadores políticos do governo.

- O presidente Lula disse que Tarso Genro está pegando o caminho já asfaltado pelos antecessores. Ora, Dirceu foi o primeiro a desempenhar essa função e terminou metendo-se em uma série de problemas até ser demitido. Aldo Rebelo passou um tempo curto e foi demitido por pressão dos demais ministros porque não conseguia fazer a coordenação política. Essa história de caminho asfaltado só me faz lembrar da operação "tapa-buracos" do governo - comparou José Jorge.

Sobre o comentário que Lula teria feito de que a sociedade não foi informada dos trabalhos feitos pelo controlador-geral da União, Waldir Pires, agora nomeado para o Ministério da Defesa, José Jorge fez um apelo à imprensa, em tom irônico, para que destaque as ações que o ex-controlador teria realizado.

- Todos os escândalos aconteceram e ele não aprovou nem viu nada - disse, acrescentando que o Brasil ficará em uma situação de risco com Waldir Pires no Ministério da Defesa.

Em aparte, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse que irá rezar para que não haja conflitos internos ou externos.

- Com Waldir Pires comandando as Forças Armadas, a vitória do inimigo estaria garantida de ponta a ponta - disse Antonio Carlos.



03/04/2006

Agência Senado


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