José Jorge defende investigação de denúncias sobre atuação da Cobra Tecnologia
O senador José Jorge (PFL-PE) reiterou, em discurso no Plenário nesta quinta-feira (16), preocupação quanto à maneira como a Cobra Tecnologia, empresa vinculada ao Banco do Brasil, vem atuando no mercado de informática. Segundo ele, há várias denúncias na imprensa pelas quais a empresa estaria contratando sem licitação empresas que o governo federal teria interesse em beneficiar, burlando, desse modo, a forma legal de contratação no setor público. - A maneira como a Cobra vem atuando no mercado de informática é muito preocupante porque atua no sentido de proteger e favorecer determinadas empresas com contratos terceirizados e sem licitação e nós aqui no Congresso temos que investigar - alertou. José Jorge comunicou ter protocolado junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), no último dia 24, representação em que solicita a apuração de irregularidades e a anulação de contrato firmado entre o Banco do Nordeste e a Cobra Tecnologia, empresa vinculada ao Banco do Brasil. De acordo com o senador, são espantosos os valores e o formato dos contratos firmados entre a Cobra e a administração pública. Todos eles, segundo disse, planejados e executados por intermédio da Casa Civil, onde a empresa teria sido recriada, como ressaltou, no início do governo do PT para funcionar como intermediária em negócios de tecnologia entre o governo e a iniciativa privada. - O Tribunal de Contas da União inicia agora uma investigação e esta Casa não pode silenciar ante a gravidade dessas denúncias - alertou José Jorge. O último escândalo divulgado pela imprensa sobre a atuação da empresa, disse o senador, refere-se a um dos principais projetos da atual gestão municipal do PT, em São Paulo, que foi a implantação do Bilhete Único - mecanismo que libera várias viagens de ônibus ao custo de uma passagem num prazo de duas horas. - Apesar de não ser grande novidade, pois já é utilizada nas grandes capitais do mundo, sua viabilização está sendo possível graças a dois contratos sem licitação que somam R$ 249 milhões - disse ele. José Jorge diz causar espanto o fato de grande parte dos serviços para os quais a Cobra foi contratada ter sido terceirizada para 30 empresas privadas, que ficam com 90% do total pago no contrato. A notícia foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, segundo o senador, para quem é assustador o fato de a quase totalidade das tarefas não licitadas estar sendo executada por empresas privadas que não estão sujeitas ao controle de fiscalização dos órgãos competentes do Estado. Isso brecha para todo tipo de malversação dos recursos públicos, alertou.
16/09/2004
Agência Senado
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