José Jorge defende política objetiva para o gás



O presidente da Comissão de Serviços de Infra-estrutura (CI), senador José Jorge (PFL-PE), cobrou do presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, durante audiência pública realizada nesta terça-feira (10), a adoção de uma política clara e objetiva para que a empresa aumente a participação do gás na matriz energética brasileira. Dutra concordou com o senador e informou que a Petrobras ampliará a rede de gasodutos do país, com investimentos da ordem de US$ 1,2 bilhão.

Ex-ministro das Minas e Energia e autor do requerimento que resultou na realização da audiência pública, José Jorge também quis saber do presidente da Petrobras se é intenção da empresa adquirir, em curto prazo, refinarias de petróleo no exterior. Em resposta, Dutra garantiu que até 2007 a empresa não vai comprar nenhuma unidade.

Sobre o aumento dos lucros da Petrobras registrado no primeiro trimestre deste ano, que alcançou a cifra de R$ 5 bilhões - 6% a mais no mesmo período do ano passado -, José Eduardo Dutra considerou normal e atribui o desempenho ao crescimento da produtividade. Mas informou que a empresa pagou, no mesmo período, R$ 3 bilhões, entre royalties e as chamadas participações especiais.

Em resposta ao senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) e à senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA), que cobraram de Dutra a ampliação da produção de gás, o presidente da Petrobras tentou tranqüilizar a ambos, informando que a empresa que dirige encara a questão do gás como estratégica. E disse que faz parte dos projetos da empresa construir, no Nordeste, o Gasoduto do Sol, bem como os gasodutos ligando o campo de Urucu à capital de Rondônia, Porto Velho, e Coari a Manaus, no estado do Amazonas.

O senador Alberto Silva (PMDB-PI) defendeu investimentos na produção de fontes alternativas de combustível. Dutra salientou que, até 2006, a Petrobras estará produzindo cerca de 30 mil barris por dia de biodiesel, oriundo da mamona. O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pediu maior clareza do governo com relação ao álcool combustível. Segundo ele, tanto os usineiros quanto as montadoras ainda não se mostram seguros com relação ao programa do álcool, deixando de investir tanto na plantação da cana-de-açúcar quanto em novas tecnologias para veículos movidos a álcool combustível.

Com relação à anistia aos petroleiros demitidos após a greve de 1995, Eduardo Dutra informou, em resposta ao líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), que a Petrobras já abriu negociação com os ex-empregados, sendo que alguns já voltaram ao trabalho. Mas salientou que os funcionários da extinta Petromisa e da Interbrás - empresas extintas - não serão encampados pela Petrobras, uma vez que as negociações não atingem aqueles funcionários.

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), enalteceu a política de redução dos preços dos combustíveis, especialmente o da gasolina, colocada em prática pela Petrobras. Tomaram parte dos debates os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Fátima Cleide (PT-RO) e Valmir Amaral (PMDB-DF).



10/06/2003

Agência Senado


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