José Jorge elogia redução de preços do gás de cozinha



A redução de 12,4% no valor cobrado pelo botijão de gás de cozinha nas refinarias da Petrobras, a partir desta segunda-feira (19), foi uma decisão melhor do que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) adotar o tabelamento de preços ao consumidor. A avaliação é do senador José Jorge (PFL-PE), ex-ministro de Minas e Energia do governo Fernando Henrique Cardoso. José Jorge explicou que o monitoramento de preços nas distribuidoras é muito mais fácil do que tentar fiscalizar os revendedores, que são mais de 5 mil em todo o país.

- As principais distribuidoras não são mais de 20 - disse ele, lembrando que a ANP possui um contingente reduzido de fiscais, cerca de 120 em todo o território nacional. Esses números indicam, segundo o senador, a dificuldade de viabilizar o tabelamento de preços na revenda.

O parlamentar não compartilha da expectativa do governo de que a diminuição do valor do gás vendido pela Petrobras produza efeitos para o consumidor já nesta próxima semana.

- Quando se trata de elevação de preços, o efeito é mais rápido. Como é para baixar, o prazo mais razoável é de duas semanas para se obter resultados para o consumidor - estimou o ex-ministro.

A previsão do governo é de que haja uma redução entre R$ 5 e R$ 6 por botijão, cujo preço médio nacional é atualmente de R$ 26,08. Pelos cálculos dos técnicos do Ministério de Minas e Energia, a diminuição dos valores cobrados pela Petrobras deve acarretar uma queda de 6,5% no preço final do produto. Além disso, as distribuidoras se comprometeram a estreitar as suas margens de lucro entre 10% e 12%.

José Jorge considerou viável o compromisso acertado entre a ANP e as distribuidoras para que essas companhias vendam diretamente no varejo, com caminhões próprios, caso os revendedores resistam em baixar os preços ao consumidor. Essa medida, segundo José Jorge, pode ser uma boa forma de pressão sobre o setor de revenda. "Pressão para queda de preços só funciona dentro das regras de mercado", disse o senador, que não acredita na eficácia do tabelamento na ponta final da cadeia produtiva do gás liqüefeito de petróleo (GLP).

Em janeiro deste ano, quando o governo liberou os preços dos combustíveis e acabou com o subsídio generalizado ao gás de cozinha, os técnicos da ANP e do Ministério de Minas e Energia trabalhavam com a expectativa de que as distribuidoras fossem importar GLP, forçando uma queda nos preços praticados pela Petrobras.

Só que isso não ocorreu devido aos investimentos elevados que essas companhias teriam que fazer para montar uma estrutura própria de importação, com navios adequados para o transporte do gás. As distribuidoras preferiram continuar comprando o produto da Petrobras, que adquire no exterior somente 35% do gás consumido pelos brasileiros.



16/08/2002

Agência Senado


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