JOSÉ JORGE PRESTA HOMENAGEM A DOM HÉLDER
A vida e a obra do arcebispo emérito de Olinda e Recife, dom Hélder Câmara, falecido aos 90 anos no dia 27 de agosto, foram lembradas nesta quinta-feira (dia 2) em plenário pelo senador José Jorge (PFL-PE). Registrando a celebração da missa de sétimo dia pela alma de Dom Hélder, na Igreja da Sé de Olinda, José Jorge fez um breve histórico da trajetória do religioso, marcada pela ajuda aos pobres e pelo combate à opressão.- Dom Hélder dedicou 35 anos, prioritariamente, por missão religiosa, ao povo da minha terra. Pernambuco se sente privilegiado de ter dom Hélder entre seus cidadãos - disse o senador.José Jorge disse que não se pode contar a história da Igreja Católica sem falar no "profeta brasileiro, questionador, polêmico, corajoso, previdente, pacificador". Para o senador, "se a Igreja brasileira é reconhecida como progressista e moderna, sem abrir mão do papel de evangelizar, deve-se a dom Hélder e a outros líderes como dom Paulo Evaristo Arns e dom Vital".O senador lembrou que o religioso foi o primeiro secretário-geral (entre 1952 e 1962) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade que se notabilizou pelas lutas em prol da justiça social. Ao mesmo tempo em que ajudava a criar a CNBB, disse, dom Hélder provocava a organização da Conferência Episcopal Latinoamericana, da qual foi vice-presidente e delegado do Brasil de 1958 a 1964.José Jorge registrou também a influência de dom Hélder naquele que é considerado o maior evento católico deste século: a realização do Concílio Vaticano II, convocado pelo Papa João XXIII. Recordou o senador que de dom Hélder, presente ao concílio em suas costumeiras vestes simples, os participantes receberam a inspiração para repensar a pastoral da igreja por meio do conceito de "opção preferencial pelos pobres".Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) lamentou que a morte de dom Hélder não tenha sido tão sentida quanto a de esportistas famosos.- Dom Hélder é um patrimônio moral e ético do Brasil e tem gente que nem sabe que ele morreu - disse Simon, para quem o país está sem líderes que lhe sirvam de referência.Na opinião do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), é uma ironia que o arcebispo de Olinda e Recife tenha morrido justamente no momento em que se discutem no Brasil políticas contra a fome e a miséria.
02/09/1999
Agência Senado
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