JOSÉ JORGE RESSALTA CARÁTER ANTI-RACISTA DA OBRA DE GILBERTO FREYRE
- Num momento de plena efervescência de concepções eugenistas e obscurantistas - exemplificadas em grau extremo pelo nazismo - surge, em 1933, o livro Casa grande e senzala, em que ele celebra a formação do Brasil como fusão de três raças - lembrou o senador.
Para José Jorge, a maior contribuição de Gilberto Freyre foi ensinar o Brasil a se pensar de maneira original. Ele destacou que com seu estilo "preciso e esparramado, generoso e envolvente, bem típico dos trópicos", Gilberto Freyre foi o primeiro a considerar a contribuição do negro e do índio como agentes civilizadores que marcaram o país.
O senador lembrou que a idéia de Freyre sobre uma democracia racial brasileira foi duramente criticada nos anos 70 por correntes ligadas às lutas do movimento negro. As análises de Gilberto Freyre, na avaliação do senador, não negam a persistência de discriminações raciais no Brasil, mas asseguram que o povo brasileiro reúne condições excepcionais de superá-las, tendo em vista que a miscigenação - tanto étnica quanto cultural - "situa-se no âmago da experiência histórica brasileira", explicou.
Ao finalizar seu pronunciamento, José Jorge afirmou que Casa grande e senzala representou um segundo descobrimento do Brasil, destacando que além de inédita, a visão de Gilberto Freyre, permanece atual. "Sua obra tem a atualidade dos verdadeiros clássicos, bem como a riqueza e diversidade de idéias e ensinamentos que os caracterizam", afirmou o senador.
28/03/2000
Agência Senado
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