José Maranhão: países integrantes do G-22 devem encontrar caminhos próprios de desenvolvimento



O senador José Maranhão (PMDB-PB), que foi observador da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Cancún, no México, disse que é muito difícil esperar que haja convergência de interesses entre os países ricos e os integrantes do chamado G-22, liderados pelo Brasil, incluindo países como Índia, África do Sul e boa parte dos países da América do Sul.

José Maranhão disse que a reunião foi um fracasso em termos de cooperação internacional, deixando claro que os concorrentes comerciais do Brasil não facilitarão a vida dos países do G-22 por simples generosidade. Cabe aos países do grupo encontrar caminhos próprios de desenvolvimento, seja agrícola, seja industrial.

O senador afirmou que a globalização é a forma mais perversa de colonização dos países ricos sobre os países pobres e que esse sistema internacional empurra o Brasil para desenvolver o agronegócio, que resulta em grandes superávits comerciais e recordes de exportação para o país.

Ele alertou, porém, para a diferença que existe entre produzir para o econômico e produzir para o social. No Brasil, em que pesem os recordes de produção de grãos, boa parte da população brasileira enfrenta fome e miséria, tanto nas cidades quanto no campo.

Para José Maranhão, é utopia esperar que a Europa e os Estados Unidos diminuam seus subsídios agrícolas, indispensáveis para manter o bem-estar de sua população rural. -Isso não acontecerá jamais-, garantiu.

Ao Brasil, resta a opção de elaborar sua política agrícola, olhando para o bem-estar das populações urbanas e rurais, em vez de continuar seguindo o receituário do Fundo Monetário Internacional, que atende aos interesses dos países ricos, credores do Brasil, e não aos interesses intrínsecos dos brasileiros, disse.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) concordou com as teses desenvolvidas pelo representante da Paraíba.



25/09/2003

Agência Senado


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