José Nery lembra assassinato de Paulo Fonteles e diz que campo não mudou nesses 20 anos
O senador José Nery (PSOL-PA) lembrou em Plenário o assassinato do advogado, ex-deputado estadual e militante de direitos humanos Paulo Fonteles, ocorrido há 20 anos, na região metropolitana de Belém (PA). Afirmou que a situação no campo não mudou nesse período e citou que, nos últimos 30 anos, 785 pessoas que lutavam pela terra foram assassinadas em todo o Brasil.
Nery informou que até hoje não foram identificados os mandantes do assassinato, "possivelmente latifundiários", e as duas pessoas condenadas pela execução receberam penas de 19 anos de cadeia, mas só cumpriram pouco mais de seis anos. O senador lembrou que Fonteles, primeiro presidente da Sociedade Paraense de Direitos Humanos, "foi um lutador que enfrentou a ditadura", tendo sido preso e torturado em Brasília, em 1972.
- Desde seu assassinato, continuam intocados os alicerces da concentração da propriedade da terra no país, sua defesa como valor quase absoluto, a truculência dos que dela se apropriam e, sobretudo, a impunidade - constatou José Nery.
O senador acredita que só a punição de mandantes de crimes ligados à disputa porterras poderá levarpaz ao campo. Reafirmou sua convicção de que "só uma verdadeira reforma agrária, acompanhada de mudança radical no modelo agro-exportador que predomina na agricultura brasileira, poderá gerar as condições para que se alcance a paz e a justiça" no meio rural do país.
Nery saudou a realização, em Brasília, do V Congresso Nacional do MST, que será encerrado nesta sexta-feira (14).
14/06/2007
Agência Senado
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