José Nery sugere retomada do controle da Embraer pelo Estado



O senador José Nery (PSOL-PA), em discurso nesta quarta-feira (4), cobrou do governo federal que intervenha para evitar as quase cinco mil demissões anunciadas pela Embraer e suspensas pelo Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (SP).

- Por que [o governo] não retoma o controle da empresa e a reestatiza? - sugeriu.

O parlamentar lembrou que a União é acionista da Embraer, já que 1/5 dela é propriedade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ). Dizendo que as demissões já eram conhecidas há 75 dias, o senador perguntou por que o governo não agiu imediatamente, tomando medidas para impedi-las.

José Nery afirmou ainda que "a mesma vontade política que despeja recursos em bancos e montadoras" deve ser usada para salvar a Embraer. Para ele, não se pode permitir que os trabalhadores "paguem a conta da crise do sistema financeiro e do capitalismo internacional".

Em aparte, o senador Lobão Filho (PMDB-MA) registrou a dispensa de 40 mil soldados pelo Exército. Ele pediu que o Ministério da Defesa reveja a decisão, já que o impacto nos cofres públicos, disse, será mínimo, pois o soldo desses militares é de pouco mais de R$ 400.

PSOL

O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), em aparte, questionou José Nery a respeito de denúncia apresentada pela deputada Luciana Genro (PSOL-RS) apontando a existência de áudios e vídeos que comprovariam práticas de corrupção e crimes eleitorais cometidos pela governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. Um ex-assessor de Yeda, Marcelo Cavalcante, seria ouvido em depoimento pelo Ministério Público Federal, mas apareceu morto em Brasília no mês passado. O MPF, segundo o PSOL, conheceria essas denúncias.

Poucos dias antes da sua morte, entretanto, Cavalcante teria se reunido com a governadora, e segundo a deputada, o senador Sérgio Guerra teria participado da conversa. O fato foi negado mais uma vez pelo senador tucano, que acusou a deputada de cometer um ato de "imprudência e irresponsabilidade pública que precisa ser punido". Ele anunciou ainda que o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, recorreu ao Conselho de Ética daquela Casa contra a deputada.

Os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Arthur Virgílio (PSDB-AM) apoiaram a manifestação de Sérgio Guerra.

José Nery ressaltou a necessidade de investigar qualquer denúncia contra qualquer governo para "passar o Brasil a limpo", mas disse não ter conhecimento do envolvimento de Sérgio Guerra nessa denúncia. Ele assegurou que procurará ter "ciência dos fatos" e que "examinará detidamente a questão".



04/03/2009

Agência Senado


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