JOVENS BUSCAM NA TV MODELOS DO MUNDO ADULTO



Pesquisas realizadas na Argentina com patrocínio da Unesco, revelaram que crianças e adolescentes buscam nos programas de TV os modelos em que irão se espelhar quando forem adultos. A conclusão foi apresentada em audiência pública promovida pela Subcomissão de Rádio e TV nesta terça-feira (dia 7), pela pesquisadora da Universidade Católica de Buenos Aires, Tatiana Merlo Flores. Segundo a pesquisadora, modelos retirados da TV e dos grupos musicais estão superando os próprios pais, pois os adultos estão cada vez mais querendo ser jovens e deixando de ser modelos de adultos.
A isso, continuou Tatiana Merlo, é preciso acrescentar a pobreza crescente, a desagregação familiar, a desestruturação do ensino e a globalização dos valores do consumo. A presidente do grupo TVER, a ex-deputada Marta Suplicy, disse que o momento não é de mudança, mas de ruptura com os modelos tradicionais de família e de emprego, proporcionado pelo contato com comportamentos diferentes da realidade latino americana.Marta Suplicy destacou a falta de modelos, em programas de TV, que saibam lidar com frustrações e dominar impulsos primitivos. Segundo ela, as crianças buscam nos heróis violentos do bem os modelos para lidar com situações difíceis e não aprendem a negociar para solucionar problemas. Esse aprendizado, apontou ela, acaba gerando a falta de solidariedade para com as vítimas da violência.
A deputada federal Maria Elvira (PMDB-MG), presidente da Comissão de Educação da Câmara, defendeu a criação de controles para os meios de comunicação, principalmente a televisão. "É necessário o controle social da TV", afirmou. Para ela, não há como negar a influência da TV na formação dos jovens e a tendência é o aumento da violência. A deputada questionou os parlamentares a respeito do que vão fazer no próximo ano quando tiverem que decidir sobre a renovação da concessões públicas das emissoras de TV. "Vamos prorrogar as concessões sem colocarmos que tipo de TV queremos para nossos filhos, para nossa civilização?".
O representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, apontou a falta de protagonistas crianças e adolescentes nos programas de TV e ressaltou a violência contida em outros meios, como os videogames e a internet. Jorge sugeriu que o Brasil faça mais pesquisas sobre o tema, que permitam entender e comparar com outros países o impacto da mídia nos jovens e apontar caminhos. Até o fechamento desta edição, o secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, ainda não havia proferido sua palestra.

07/12/1999

Agência Senado


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