Jucá diz que governo prepara ações políticas e administrativas para superar rejeição de MP
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse na tarde desta quinta-feira (27) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o incumbiu, juntamente com o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, de sanar os problemas com a base do governo no Senado, especialmente com o PMDB, principal responsável pela rejeição à Medida Provisória 377/07 na noite de quarta-feira (26).
De acordo com Jucá, o governo "tem várias opções" administrativas para contornar a extinção da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, ocupada até quarta pelo filósofo Mangabeira Unger, e o fim de 626 cargos criados pela MP. O líder do governo observou que a extinção de cargos está prejudicando também a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e a do Nordeste (Sudene).
Durante encontro com Lula pela manhã, Jucá disse considerar "legítima mas exagerada" a reação do seu partido às nomeações que o governo fez em estatais para contemplar o PT.
- Esse descontentamento poderia ser expresso de outra forma, já que fazemos parte de um governo de coalizão - lamentou o senador, lembrando que senadores de outros partidos de apoio ao governo, como do PDT, votaram também pela rejeição da MP.
Para Jucá, a derrota do governo não teve nada a ver com a crise em torno do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Esta é igualmente a opinião do senador Renato Casagrande (ES), integrante do PSB, partido da base governista.
- Renan é responsável pela crise do Senado. No que se refere ao PMDB, a presença do Renan contribui apenas para energizar as relações entre a bancada do partido e o governo - analisou o parlamentar capixaba, um dos relatores que pediram a perda do mandato do senador por Alagoas no processo votado pelo Plenário no dia 12.
Mas Casagrandechamoua atenção para os riscos de piora nas relações entre o governo e o PMDB, com reflexo nas votações, caso o PMDB decida usar o mandato de Renan como item de negociação.
Lembrando que é da base governista, mas não precisa "concordar com tudo", Casagrande cobrou do governo mais "eficiência e método" na condução de suas relações com os partidos.
- O governo está refém da sua própria falta de planejamento - resumiu o parlamentar do PSB.
O senador Tião Viana (PT-AC) atribuiu o episódio da MP 377 ao modo como tradicionalmente "o PMDB velho de guerra" busca espaço dentro do governo. Para ele, a aprovação da CPMF no Senado deverá ser difícil por outras razões que não os atritos entre o governo e os peemedebistas.
27/09/2007
Agência Senado
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