Jucá quer reaparelhamento da Marinha para defesa das riquezas marítimas



O senador Romero Jucá (PSDB-RR) reivindicou o reaparelhamento da Marinha de Guerra e da Força Aérea do Brasil para permitir uma melhor proteção às riquezas marítimas das 200 milhas de Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Sem equipamentos modernos para fiscalizar a área, impedindo a pesca predatória de navios-fábrica estrangeiros, a ZEE é "lero-lero", disse Jucá, citando o ex-ministro da Marinha, Mário César Flores.Segundo Jucá, haverá, em 2001, uma batalha diplomática envolvendo direitos de pesca de atum, espadarte e marlins nas águas do Atlântico Sul. O Brasil já cumpre os requisitos para reivindicar 50% da tonelagem autorizada de 600 mil por ano, de modo a deslocar para o alto-mar a pesca industrial, deixando as águas litorâneas para a pesca artesanal, de importância social, explicou.

Ele afirmou, porém, que os esforços diplomáticos podem tornar-se inúteis caso o Brasil não disponha de uma Marinha de Guerra com poder de dissuasão suficiente para defender a ZEE. Os grandes pesqueiros de bandeira brasileira colaboram com a Marinha para localizar e denunciar navios estrangeiros em atuação ilegal na ZEE e a Força Aérea realiza ações conjuntas, mas os equipamentos sucateados impedem uma fiscalização mais efetiva, segundo o senador.

Romero Jucá reconheceu haver má-vontade do público em relação aos gastos militares, fruto do longo regime militar, mas reafirmou a necessidade de o Brasil cuidar de sua defesa e soberania nacionais, objetivos estratégicos dos interesses maiores do país.

- Projetos como a construção de corvetas e de navios-patrulha de médio porte foram engavetados. É urgente que nós, parlamentares que examinamos o orçamento da União, tenhamos em mente as reais necessidades das nossas Forças Armadas para cumprir seu papel de dissuadir a cobiça internacional - concluiu.

23/03/2001

Agência Senado


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