Juízes eleitorais reunidos esclarecem dúvidas









Juízes eleitorais reunidos esclarecem dúvidas
O 6º Encontro de Estudos dos Juízes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foi aberto ontem em Bento Gonçalves. O evento prossegue até amanhã no hotel Dall'Onder e conta com a participação de juízes das 173 zonas eleitorais do Estado e do vice-presidente e corregedor do TRE, desembargador Alfredo Guilherme Englert. O presidente do TRE, desembargador Marco Antônio Barbosa Leal, abriu o evento, destacando a necessidade de esclarecer dúvidas que surgem por estarem em cidades diferentes.

O coordenador dos juízes auxiliares do TRE, desembargador Danúbio Edon Franco, falou sobre a propaganda eleitoral, esclarecendo normas estipuladas pelo tribunal. Explicou que a lei impede propaganda de candidatos em placas que indiquem velocidade permitida, sentido obrigatório, parada obrigatória e sentidos das curvas. Nas demais, é permitida a afixação, desde que a 50 centímetros da placa de trânsito. Também em postes com transformadores a propaganda está proibida. As multas variam entre R$ 5,32 mil e R$ 15 mil.

Hoje, a partir das 9h, os participantes do evento discutem o disque-eleições, a divulgação do voto cantado, inovações adotadas e urnas eletrônicas.


Tarso quer união com empresas
O candidato ao Palácio Piratini pela Frente Popular, Tarso Genro, propôs ontem, durante visita à General Motors e à Pirelli, em Gravataí, maior parceria das empresas visando ao desenvolvimento do Estado. 'Procurei verificar a possibilidade de maior integração da GM e da Pirelli com empresas locais', disse. Tarso ressaltou que a relação das multinacionais com cadeias produtivas gaúchas, além de baixar os custos, agregam benefícios. O gerente de relações governamentais e públicas da GM, Marco Antônio Kraemer, disse que Tarso questionou sobre dados como o número de empregos, o volume de carros fabricados e a situação da empresa no Estado atual-mente. Enfatizou que o candidato fez questão de conhecer a linha de montagem e as instalações. O diretor da fábrica, Roberto Tinoco, que acompanhou a visita, afirmou que é possível ampliar as relações comerciais com as empresas locais.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
9h: reunião com coordenação campanha. 14h: gravações de programas rádio e TV.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
9h45min: Sobradinho. 16h30min: Horizontina. 19h: Três Passos.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
12h30min: Grêmio Náutico União. 15h: recebe CNBB. 20h: Caxias do Sul.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
16h: Charqueadas. 19h30min: Guaíba.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)

MANHÃ
Erechim. Tarde: Tapejara.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
15h: lança plano de governo, hotel Ritter. 43 José Vilhena (PV)
9h: gravação de programa de rádio e TV. 19h: reunião coordenação de campanha.


Programas estréiam com perfis
Os candidatos à sucessão gaúcha estrearam ontem no horário eleitoral em rádio e televisão e destacaram mais as apresentações e os perfis e menos os planos de governo. Celso Bernardi, do PPB, abriu a temporada de programas do 1O turno, que irá até 2 de outubro. Os candidatos ao governo, à Assembléia Legislativa e ao Senado estarão nas telas às segundas, quartas e sextas-feiras. Bernardi garantiu que cumprirá promessas se for eleito e teve o aval do músico Gaúcho da Fronteira. 'Este homem é de palavra', cantou o gaudério. No programa da noite, Bernardi se colocou como alternativa a Tarso Genro, do PT, e Antônio Britto, do PPS. O ex-governador avisou, em seu espaço, que está de volta à cena política depois de quatro anos afastado. 'Nesse tempo, conheci a Luciana (sua mulher), nasceu minha neta, trabalhei e estudei', contou. À noite, a coligação mostrou imagens de promessas de Olívio Dutra e Tarso.

O PT lançou ao meio-dia a sua versão de reality show, a Casa dos Gaúchos. Seis personagens terão como passatempo os programas e os assuntos políticos estaduais. Tarso justificou a saída da Prefeitura de Porto Alegre, mesmo depois de prometer completar o mandato, como um chamado do partido. A política econômica do governo federal foi criticada pelo petista.

O candidato do PMDB, Germano Rigotto, teve o reforço do senador Pedro Simon na estréia. 'Se eu voto nele é porque vale a pena', assinalou Simon. Rigotto garantiu ter solução para a saúde e a educação dos gaúchos e criticou a polarização da disputa entre o PPS e o PT.


Bosco ataca Emília por troca de partido
O candidato ao Senado João Bosco Vaz, do PDT, afirmou ontem que político quando troca de partido deve renunciar ao mandato, referindo-se à senadora Emília Fernandes, que concorre pelo PT, foi eleita pelo PTB, passou também pelo seu partido e continua exercendo o cargo. Ele disse que o mandato de oito anos de um senador é 'privilégio' que não pode continuar. Defendeu a redução para quatro anos com possibilidade de reeleição. Bosco declarou ainda que a sua campanha está direcionada para a conquista da segunda vaga ao Senado. Foi ao ar ontem à noite o primeiro dos seus 19 programas do horário eleitoral na TV e Emília sofreu as críticas. Ele disse que centrará as suas propostas na educação e na área econômica.


Candidata a vice do PSTU é vetada
O Tribunal Regional Eleitoral impugnou a candidatura de Vera Rodrigues de Oliveira, que concorria a vice-governadora pelo PSTU. A Justiça entendeu que ela não se filiou ao partido em tempo hábil para disputar as eleições. De acordo com a lei eleitoral, todos os candidatos devem estar vinculados ao partido até um ano antes do pleito, dia 5 de outubro de 2001. O advogado do PSTU, Alberto Albiero Júnior, entrou com recurso ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Argumentou que Vera é filiada desde agosto do ano passado e que houve equívoco do diretório de Viamão, ao qual a candidata está vinculada, que deixou de encaminhar o registro ao cartório eleitoral. O TSE julgará o recurso até 20 de setembro.


Apoiada a mudança da posse
A proposta de mudar a data da posse do presidente da República de 1O de janeiro para o dia 6 ganhou o apoio do presidente do Senado, Ramez Tebet. Ele disse que a alternativa é justa e necessária. Segundo o senador, não haveria qualquer dificuldade para a tramitação de proposta de emenda à Constituição mudando a data de posse do próximo presidente. A idéia havia sido encampada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, que prometeu se empenhar na busca de apoio dos líderes partidários para que a votação da matéria ocorra logo após as eleições. O deputado acha fundamental a alteração da data da posse com o objetivo de que os chefes de Estado a prestigiem, o que não vinha ocorrendo em função de o dia 1O de janeiro ser uma data comemorativa. Para a alteração, a emenda precisa ser apoiada por no mínimo 308 deputados e 57 senadores.


Ex-governador tucano larga Serra
Envia carta ao partido alegando estar naturalmente mais próximo de Ciro e diz que continua filiado

O ex-governador do Ceará Tasso Jereissati, do PSDB, comunicou ontem ao coordenador da candidatura de José Serra, deputado federal Pimenta da Veiga, que deixará a campanha do partido ao Palácio do Planalto. Jereissati disse que respeita Serra, mas admitiu que considera Ciro Gomes, do PPS, seu aliado natural. A nova postura do ex-governador cearense precedeu o seu aparecimento ao lado de Ciro, no estádio do Castelão, em Fortaleza, durante o jogo da Seleção Brasileira de Futebol com a equipe do Paraguai. Os dois compareceram também a uma solenidade no hotel Marina Park, onde o time se hospedou, e posaram para serem fotografados com os jogadores e o técnico Luiz Felipe Scolari.

Jereissati garantiu que enviou carta ao diretório nacional d o partido um dia antes da cerimônia com a Seleção para que não fosse mal interpretado por Serra e pelos demais colegas. O documento foi redigido com cuidado e o ex-governador contou inclusive com assessoria jurídica para que a atitude não fosse vista como insubordinação. 'Sou do PSDB, quero ficar no PSDB até o fim', declarou Jereissati na carta.

O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior, criticou a resolução de Jereissati. 'Todas as atitudes que precisam de explicação são ruins para quem as toma', concluiu. Jutahy destacou, porém, que ninguém sai de uma campanha em que efetivamente não esteve, lembrando que Jereissati jamais pediu votos para Serra. Conforme o site do candidato na internet, o presidente nacional do PSDB, deputado federal José Aníbal, lamentou a decisão do companheiro de não manter o apoio dado na convenção nacional do partido. 'As grandes lideranças tucanas, entra elas Mário Covas, citado na carta de Jereissati, sempre se pautaram pela coerência', ressaltou Aníbal.


Presidente rejeita críticas pessoais
Duvida que programa de Serra tenha agido assim e diz que Jereissati deu 'punhalada pela frente'

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que, por se encontrar no Uruguai, não pôde assistir à estréia da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão nem às criticas ao candidato da Frente Trabalhista ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, incluídas no programa da aliança PSDB-PMDB. Fernando Henrique afirmou, porém, duvidar que tenha sido feito no programa de José Serra algum tipo de ataque pessoal. Considera que as críticas foram estritamente políticas. Defendeu também que a campanha seja tranqüila sem que os candidatos se ataquem.

FHC declarou que não controla o conteúdo exibido no programa de Serra e acrescentou que não vai se 'engalfinhar' na política do dia-a-dia. 'Não posso me responsabilizar pelo que eu não vi, mas pelo que eu disse. Elogiei na minha gravação o candidato do meu partido', observou. O presidente afirmou que não é do seu estilo pessoal atacar. 'Mesmo quando as pessoas dirigem as críticas mais azedas a mim, finjo que nem percebi e passo adiante. Um presidente da República não pode entrar nesse engalfinhamento da política do cotidiano', argumentou.

Sobre o apoio do ex-governador do Ceará Tasso Jereissati, do PSDB, a Ciro, o presidente afirmou que não se sentiu 'apunhalado pelas costas'. Acentuou que, 'se ele deu punhalada, foi pela frente', dando a entender que o ex-governador prefere ser transparente, rejeitando fazer campanha ao tucano Serra.


Definida a ordem na cédula eleitoral
O Tribunal Superior Eleitoral definiu ontem a ordem dos candidatos à Presidência na cédula eleitoral. O primeiro será Ciro Gomes (PPS), seguido de Rui Costa Pimenta (PCO), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Maria de Almeida (PSTU), José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB). Nestas eleições, poderá votar através da cédula quem não concordar, por duas vezes, com suas escolhas feitas na urna eletrônica que tiver impressora. Na cédula, candidatos à Presidência, ao Senado e ao governo serão identificados pelo nome e pela sigla do partido. Quanto aos cargos de deputado federal, estadual ou distrital, haverá espaços para escrever o nome ou o número do candidato, a sigla ou o número do partido.


Frente reclama de montagem na TV
Os advogados da Frente Trabalhista acusam a coligação PSDB-PMDB de ter realizado montagem de áudio para expor termos 'degradantes e injuriosos' contra o presidenciável Ciro Gomes durante o horário eleitoral gratuito que foi ao ar terça-feira. As acusações estão contidas no pedido de direito de resposta de no mínimo 1 minuto feito ontem ao Tribunal Superior Eleitoral, que tem 24 horas para emitir parecer. Os advogados de Luiz Inácio Lula da Silva também solicitaram direito de resposta contra o tucano José Serra por ter veiculado declarações de Ciro consideradas ofensivas ao PT.


Lula diz defender a Petrobras
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, rebateu ontem, em Cuiabá, as insinuações do presidente da Petrobras, Francisco Gros, de que estaria fazendo lobby para o estaleiro Verolme ao defender a fabricação no país de novas plataformas. Seu objetivo, explicou, é provar que o Brasil tem engenharia, trabalhadores e condições para fazer a plataforma. Lula disse que defende mais a Petrobras que Gros. 'Se dependesse dele, a estatal já teria sido vendida', afirmou. O candidato pregou o crescimento econômico. Para ele, isso permitirá que os títulos se valorizem no exterior, impedirá que o dólar fique 'enlouquecido' e possibilitará a criação de empregos. Lula anunciou que, se eleito, deverá montar equipe de transição para começar a administração com antecedência.


Artigos

Lições dos velhos periódicos
Irmão Elvo Clemente

Nos dias 20 e 21 reúnem-se pesquisadores de vários estados brasileiros no 1O Encontro Nacional de Pesquisadores em Periódicos Literários. As dezenas de estudiosos percorrerão as etapas e os espaços ocupados nos últimos 150 anos pela imprensa divulgadora das letras. É belo observar como aquelas folhas desbotadas pelo tempo e vitoriosas das intempéries criam nova vida pela leitura dos olhares investigadores. Antonio Dimas, da USP, apresentará 'Periódicos em Pesquisa: Problemas e Perspectivas'. As folhas amarelecidas criam vida nova como os ossos dos esqueletos sobre os quais o profeta Ezequiel assoprava novo espírito.

Representantes universitários da Bahia mostrarão as revistas baianas do início do século XX e a revista Renascença. Maria Eunice Moreira, coordenadora do encontro, apresentará uma história da literatura brasileira em periódicos sul-rio-grandenses do século XIX. A revista Niterói (1836) mostrará sua modernidade pelas observações da professora Maria Orlanda Pinassi, da Unesp/Araraquara. Luiz Roberto Velloso Cairo, da Unesp/Assis, apresentará 'Memória e Crítica Literária nos Periódicos Brasileiros'. Regina Zilberman, da PUC-RS, discutirá no encerramento 'Periódicos Literários e Fontes Primárias'. Alice T. C. Moreira mostrará a nova vida dos acervos literários.

Por que tanto empenho em retornar aos velhos jornais? Por que retomar a leitura das páginas que são velhas no dia seguinte de sua publicação? Os textos adormecidos durante anos, mesmo séculos falam muito ao estudioso atual que vai perlustrando os caminhos de outrora para lançar mais luz sobre as letras de hoje. A peregrinação do ser humano através das gerações apresenta aventuras, sobressaltos, avanços sempre, apesar de aparecer sob as cores de derrotas. Que bela sabedoria surge lépida e faceira das folhas guardadas em baús ou ataúdes prenhes de ressurreições. Os esforços humanos, as mensagens artísticas, os ritmos de vetustos poemas brilham em luz inefável no pulsar constante da visão de forças redentoras. O espírito não se aprisiona nas páginas dos periódicos, o espírito anseia para vivificar outros destinos, para brilhar em outras manifestações de beleza, de verdade e do amor.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

TELINHA DA VAIDADE E DO HUMOR
1) A artilharia está no ar, mas não se pode dizer que os candidatos desrespeitam os bons costumes. Os programas de TV à tarde são light e só à noite despejam a carga pesada. Deve ser em respeito ao público infantil.

2) A briga entre Ciro Gomes e José Serra na TV promete. Emissoras gravam para edição, dentro de algumas semanas, dos melhores momentos.

3) Há candidatos que, saindo do camarim e a caminho do estúdio de gravação, depois de rigorosa aplicação de pó-de-arroz, param extasiados diante do espelho para perguntar: 'Existe alguém mais charmoso do que eu?'.

4) Como candidatos passam ao largo dos programas de governo, a propaganda em rádio e TV seria chatíssima se não tivesse todo esse folclore.

NOVA SAÍDA
Os vereadores que votaram contra a abertura das lojas aos domingos reúnem-se às 11h de hoje na Câmara Municipal com o Sindicato dos Comerciários para tratar de novo projeto. Dará pano pra manga.

NAS PROXIMIDADES
Rita Camata estará amanhã em Chapecó para empurrar a candidatura do PMDB ao governo de Santa Catarina. Não custaria muito atravessar o rio Uruguai. Na semana passada, cancelou sua vinda ao RS.

CAIXA VAZIO
1) O PT do Paraná lança S.O.S. aos companheiros de outros estados: não pode imprimir o programa de governo porque ficou sem dinheiro. Espera respostas; 2) senador Roberto Freire não merecia: atropelado por adesões, está isolado na Frente Trabalhista. Diz que o crescimento de Ciro 'trouxe esses ACMs da vida, e outros gabirus ainda virão'. Gabiru é rato de esgoto. ACM responderá, pondo mais lenha na fogueira.

VIA SATÉLITE
Ciro Gomes estava no interior do Ceará ontem à noite e ligou para Guaíba, onde o PTB realizava comício. Entrou pelos alto-falantes para saudar os candidatos e simpatizantes. Na era do satélite é outra coisa.

SERÁ QUE VEM?
Para evento do PMDB, a assessoria do candidato Eliseu Padilha tenta trazer José Serra a Porto Alegre dia 30. Festa em uma escola de samba da zona Sul de Porto Alegre pretende reunir mais de 4 mil.

NÃO SE ENTENDEM
Serão 13 os integrantes da comissão da Câmara que examinará o projeto da previdência dos municipários. Decisão tomada ontem. Não foi respeitada proporcionalidade: PT tem nove vereadores e só um na comissão. Partidos com um vereador contarão também com um representante cada. Acabará na Justiça.

NUMERADAS
1) Lula discute com o presidente da Petrobras, Francisco Gros. Nessa guerra não faltará combustível; 2) mesmo sem voz, Paulo Maluf ataca o governador Geraldo Alckmin. Recorre então ao sussurro ou à telepatia.

ESTADO À MESA
O Sindicato das Seguradoras amplia o fórum de debates e reúne, ao meio-dia de hoje, Antônio Hohlfeldt, vice de Rigotto; o coordenador do programa da Frente Popular, Marcelino Pies; e o candidato ao governo pelo PSC, Carlos Schneider.

TIROTEIO
Ninguém poderá dizer que Ciro Gomes e José Serra já sentaram à mesma mesa para dividir uma caipirinha. A 13 de agosto de 1998, em Natal, a briga encrespou com Ciro disparando: 'Serra é um arrogante e prepotente que só pensa nos barões de São Paulo e odeia o Nordeste'.

APARTES
Velho e oportuno ditado: 'Eleição e mineração, só depois da apuração'.

Era para ser um jogomício, ontem em Fortaleza. Deu um zebrão.

Mesmo com a disparada do dólar, Petrobras segue ordem do Planalto e segura o aumento dos combustíveis. Se todos os anos fossem eleitorais...

Associação dos Juízes lança nota preocupada: falta solução para a greve dos agentes penitenciários.

Operação limpeza de barra: Eletrobrás descarta risco de racionamento de energia nos próximos quatro anos.

Gesto civilizado: governo mostra hoje a assessores dos presidenciáveis esboço do orçamento de 2003.

Por coincidência, depois de vestir terno estrangeiro, os banqueiros dizem que não há divergência com Lula.

Deu no jornal: 'Brasil tem juros reais mais altos do mundo'. Um dia cai. O teto da casa, bem entendido.

Outra do jornal: 'Itamar pode ter cargo no eventual governo do PT'. Abóboras se acomodam com andar...'.


Editorial

MERCOSUL EM 'BANHO-MARIA'

Elouvável o esforço do presidente Fernando Henrique Cardoso em manter vivo o interesse pela consolidação do Mercosul como bloco econômico, embora a crise financeira contra a qual lutam os parceiros do Cone Sul da América Latina. Em sua visita ao Uruguai, no encontro que manteve com seu colega Jorge Batlle, o presidente Fernando Henrique chegou a lembrar que 'agora, quase que por casualidade, as moedas se colocaram em um certo alinhamento no Uruguai, no Brasil e na Argentina, o que pode fazer com que sonhemos outra vez com a moeda comum'. Contudo, tratou logo de emendar: 'Mas não para amanhã'.
Na verdade, o Mercosul entrou em uma espécie de 'banho-maria', uma vez que a crise econômica que devasta a economia da Argentina, ameaça seriamente o Uruguai, desorganiza o Paraguai e coloca em situação de risco o Brasil não autoriza manifestações de entusiasmo quanto às possibilidades do Mercosul como um instrumento eficaz para o desenvolvimento da região. Mesmo assim, é possível admitir que o sonho não acabou. Se cada um dos parceiros conseguir novamente equilibrar as finanças, combalidas pela crise, e encaminhar soluções para os graves problemas econômicos e sociais que os abalam, a idéia que deu margem à criação do bloco poderá, então, ser retomada.

No momento, contudo, até mesmo pela importância de não se abandonar o propósito, o que pode se fazer é levar adiante o processo de integração, ainda que as ações nesse sentido sejam destituídas de grande impacto, como, por exemplo, a defesa de uma maior institucionalização do bloco econômico, a partir da mudança de prerrogativas de sua secretaria-geral, e também a criação do tribunal de solução de controvérsias, questões propostas e aceitas na última reunião de cúpula do Mercosul, em julho deste ano. Sem que os quatro países do bloco possam isoladamente ter peso econômico razoável, o Mercosul não alcançará a expressão indispensável para dialogar em condições de igualdade com os demais blocos econômicos, como o Nafta e a Comunidade Européia. E não terá voz ativa para influir nas normas de constituição da Área de Livre Comércio das Américas.


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08/22/2002


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