JÚLIO CAMPOS DEFENDE PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO



O senador Júlio Campos (PFL-MT) defendeu hoje (dia 8) que o governo priorize o saneamento básico na aplicação dos recursos públicos. Na sua opinião, "é um dever do Estado brasileiro convocar os profissionais do setor, que estão dispersos, no sentido de elaborar um Programa Nacional de Saneamento Básico".

Ele lamentou que a crise nos mercados asiáticos tenha levado o governo a adotar políticas austeras de controle dos gastos públicos, pois, "neste momento de grandes turbulências e incertezas, os programas sociais são os primeiros a receberem os cortes de recursos impostos pelas emergências que precisam ser adotadas pelas autoridades econômicas".

- Devemos admitir que os programas de saneamento básico e de habitação popular já estão duramente prejudicados pela nova conjuntura - acrescentou.

Júlio Campos observou que, conforme decisão do Conselho Monetário Nacional de 17 de novembro passado, foram limitados os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) destinados a saneamento. Com os cortes orçamentários decididos esta semana, disse, é previsível um agravamento do quadro sanitário no país, que já registra um aumento assustador nos casos de cólera, tuberculose, tifo, sarampo, dengue e coqueluche, além de "taxas assustadoras de mortalidade infantil, motivadas por causas banais como diarréia".

Para o senador, esse quadro, em que cerca de 70% da população brasileira não dispõe de serviços de esgotos e água encanada e tratada, "é um verdadeiro crime", pois transformou o país num viveiro de doenças endêmicas que já atingem inclusive as classes mais abastadas.



08/01/1998

Agência Senado


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