Jungmann aponta novo personagem no caso do dossiê
O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), informou nesta quarta-feira (1°) que, entre os documentos que a comissão recebeu na última sexta-feira (27) da Justiça Federal de Mato Grosso, há informações que levam a um novo nome que poderá ser fundamental para o esclarecimento sobre a tentativa de compra, por pessoas ligadas ao PT, do dossiê que tentava envolver políticos do PSDB com a chamada máfia das ambulâncias. Trata-se de Tito Lívio Ferreira Lima, dono de um avião que possivelmente iria transportar, de São Paulo para Cuiabá, o dinheiro utilizado pelas pessoas que tentaram comprar o dossiê.
Segundo Jungmann, Tito Lívio mantinha permanente contato com todos os membros da máfia das ambulâncias e poderá prestar testemunho que o parlamentar considera essencial para o esclarecimento do caso. O deputado disse que ele poderá ser convocado com urgência, podendo ser ouvido pelos integrantes da CPI Mista dos Sanguessugas já na próxima semana, quando serão ouvidos também quatro ex-ministros da Saúde.
- Ele se comunica com todos os membros da quadrilha, é dono de um avião e a nós parece que estava lá para fazer o transporte do dinheiro. É, portanto, um testemunho fundamental e, eu diria até, que deveria ser ouvido antecipadamente - ressaltou.
O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas examinou os documentos enviados pela Justiça Federal de Mato Grosso na manhã desta quarta-feira, juntamente com o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator de Investigação Parlamentar da CPI, e com o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator de Sistematização.
Relatório
Jungmann disse ser contrário a propostas de apresentação do relatório da comissão antes de dezembro. Para ele, a CPI ainda tem muito trabalho a realizar e, em sua opinião, o colegiado poderia, inclusive, prorrogar suas atividades até janeiro, caso necessário.
Já o senador Sibá Machado (PT-AC) ressaltou que a CPI dos Sanguessugas tem até dezembro para concluir suas atividades e precisa escolher o foco de investigação. Ele disse que a comissão precisa trabalhar com objetividade para poder apontar os responsáveis pelas fraudes e pedir o indiciamento dos envolvidos dentro do prazo para o encerramento das atividades da comissão.
- A CPI não tem tanto tempo para mexer com tantas coisas; ela tem de escolher seu foco, voltar a suas origens - observou.
Sibá ressaltou que se a CPI perder ou ampliar o foco da investigação poderá haver o risco de os parlamentares "estarem apenas fazendo figura política". Como exemplo, o senador citou que, em sua opinião, investigar o episódio do dossiê não é competência da CPI dos Sanguessugas. Ele disse que a Polícia Federal e o Ministério Público, além de outras instituições, já estão investigando o assunto com competência. E salientou que a comissão está analisando o caso do dossiê porque um dos envolvidos é Luiz Antônio Vedoin, acusado de comandar a máfia das ambulâncias.
- O dossiê é um assunto de ordem política e eleitoral. A investigação deve ficar no âmbito da Polícia Federal. Temos que nos ater ao nosso problema, que é a Operação Sanguessuga - disse o senador.01/11/2006
Agência Senado
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