JUSTIÇA ADIA DECISÃO SOBRE JOSÉ RAINHA



 





JUSTIÇA ADIA DECISÃO SOBRE JOSÉ RAINHA
A Justiça adiou para segunda-feira a decisão sobre o pedido de liberdade provisória do líder do MST no Pontal do Paranapanema, José Rainha Júnior. Ele está preso desde o dia 25, na cadeia pública de Presidente Venceslau (SP), acusado de porte ilegal de arma – havia uma escopeta calibre 12, de uso restrito, no carro em que estava. O promotor de Justiça Marcelo Cresti, que recebeu o processo ontem à tarde, decidiu estudar as provas durante o fim de semana. Ele considera o caso complexo, por isso quer analisá-lo detidamente.


Crime contra os jovens cresce 77% em dez anos
Relatório da Unesco mostra o homicídio como a principal causa de morte no Brasil, dando ao País um desconfortável 3º lugar em um ranking de homicídio juvenil entre 60 países

BRASÍLIA – Em dez anos, o número de homicídios de jovens aumentou 77% no Brasil. Em 1991, 10.036 jovens brasileiros com idades entre 15 e 24 anos foram assassinados. Em 2000, foram 17.762, 39,2% de todas as mortes nessa faixa etária.

Uma parcela significativa delas (30,5%) envolveu armas de fogo.

Esses números colocam o homicídio como a principal causa de morte de jovens no Brasil, dando ao País um desconfortável 3º lugar em um ranking de homicídio juvenil entre 60 países.

Os dados estão em um estudo feito pela Agência das Nações Unidas para a Educação, Cultura e Ciência (Unesco), em parceria com o Instituto Ayrton Senna e o Ministério da Justiça, chamado Mapa da Violência 3.

Trata-se de um diagnóstico sobre como a violência atinge os jovens. O trabalho usa dados oficiais sobre óbitos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde.

O estudo está na terceira edição e os resultados reforçam uma tese levantada nas versões anteriores e em outros documentos, como o Censo 2000: a de que os jovens são as principais vítimas da violência, sobretudo homicídios.

Na população como um todo, as causas externas (homicídios e acidentes de trânsito, por exemplo) foram responsáveis por 12,2% das 45.919 mortes ocorridas no ano 2000 entre a população em geral. Os homicídios responderam por 4% do total.

É uma taxa bem menor do que a registrada na faixa etária de 15 a 24 anos. Entre os jovens, as causas externas provocam 70,3% das mortes. E o alvo preferencial são os homens (93,3% do total) de 20 anos.

Entre os jovens, os homicídios estão ainda bem à frente das outras causas de óbito analisadas no estudo – os acidentes de transporte e o suicídio. Em 2000, 14,2% das mortes de jovens foram em acidentes de trânsito – e a tendência é de queda. Os suicídios foram 3%. Já os assassinatos responderam por 39,2% dos óbitos.

“São dados muito fortes. São números maiores que os da intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), que matou 1,4 mil pessoas em 17 meses em Israel, onde há uma guerra declarada”, disse o autor do estudo Jacobo Waiselfisz, diretor do escritório da Unesco no Recife.

O secretário nacional dos Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, classificou a situação como uma epidemia. “É extremamente preocupante. Requer medidas precisas, políticas públicas específicas para o jovem”, afirmou o secretário. Mas, segundo ele, a responsabilidade é dos Governos estaduais.


Governo suspende 25% do orçamento para segurança
Limitação na liberação de verbas ocorre porque a União prevê uma queda na arrecadação, conseqüencia do atraso na aprovação da CPMF, que gerou uma perda de R$ 4,8 bilhões

BRASÍLIA – Apesar de altos índices de violência registrados no País, sobretudo em alguns Estados, o Governo Federal suspendeu temporariamente 25% do orçamento da segurança deste ano.

Segundo o secretário nacional de Segurança Pública, Cláudio Tucci, o contingenciamento dos repasses federais do Plano Nacional de Segurança Pública aos Estados e aos municípios é de R$ 106 milhões. O orçamento previsto para este ano é de R$ 422 milhões.

No início deste ano, o Governo Federal deu prioridade à segurança pública após o aumento dos índices de criminalidade.

O próprio presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a pedir agilidade ao Congresso na votação de projetos relacionados à segurança, que será um dos principais temas da campanha presidencial deste ano.

A limitação na liberação de verbas do Tesouro ocorre porque o Governo prevê uma queda na arrecadação. No caso da segurança pública, parte dos recursos é captada pela Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

A cobrança da CPMF, conhecida como imposto do cheque, termina em junho e sua prorrogação está dependendo de aprovação no Congresso. Para não haver interrupção na cobrança, a emenda que prevê a prorrogação deveria ter sido promulgada até março. Após a promulgação, ainda há um prazo de 90 dias para que a contribuição possa começar a ser cobrada novamente. O Governo estima que a perda com a contribuição seja de R$ 4,8 bilhões com o atraso.

Apesar disso, o Ministério da Justiça espera utilizar a quantia prevista para a segurança pública e ainda conseguir verbas suplementares. “Não vejo risco nesse momento”, afirmou Tucci, que disse ter recebido “garantias” da equipe econômica.

Nos últimos dois anos, o Governo segurou gastos no primeiro semestre e depois, nos últimos quatro meses do ano, voltou a liberar recursos, recompondo parte das verbas contingenciadas. Em 2001, a pasta gastou R$ 100 milhões a menos do que o previsto com o Fundo Nacional de Segurança Pública, administrado pelo Ministério da Justiça.

A quantia esperada em 2001 era de R$ 513 milhões, dos quais R$ 414 milhões foram executados.


Dados mostram que Brasil é 1º em mortes por arma de fogo
BRASÍLIA – As comparações com dados internacionais mostram que o padrão da violência que vitima o jovem e a sociedade brasileira em geral está ligado ao porte de arma de fogo. Enquanto na maioria dos 60 países analisados no Mapa da Violência 3 prevalecem as mortes por acidentes de trânsito ou suicídios, no Brasil predominam os homicídios, sobretudo envolvendo o uso de armas.

No ranking do homicídio juvenil elaborado com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o País é o 3º colocado, com uma taxa de óbito de 48,5 por grupo de 100 mil jovens na faixa etária de 15 a 24 anos – atrás apenas da Colômbia e de Porto Rico.

Quando se leva em conta a população em geral, o Brasil é o 2º, perdendo para a Colômbia. O ranking incluiu países que forneceram informações a partir de 1996 à OMS.

No Brasil, as chances de um jovem morrer assassinado são mais altas do que as do restante da população – e a probabilidade de que isso ocorra também é maior do que em muitos lugares do mundo. No ranking internacional, o País ocupa a 9ª posição: um jovem que está na faixa etária de 15 a 24 anos tem 84,4 mais chances de morrer do que uma pessoa de outra idade. Nessa lista, estão à frente: Malta, Ilhas Cayman, Porto Rico, Azerbaijão, EUA, Israel, Granada e Colômbia.

Mas o País está mais bem situado, nas estatísticas internacionais que avaliam as chances de as pessoas morrerem em acidentes de trânsito ou cometerem suicídio. No ranking das mortes no trânsito, o Brasil é o 41º colocado e no de suicídios, 51º.


FALTA DE PROFESSORES GERA PROTESTOS
Os alunos de Letras da Universidade de São Paulo fizeram protesto ontem durante a 17ª Bienal Internacional do Livro contra a situação da faculdade. Eles estão em greve desde anteontem devido à falta de professores. Segundo os alunos, muitas salas de aula estão superlotadas e disciplinas foram suspensas por não haver docentes. Cerca de 300 estudantes vestidos de preto levaram faixas para a bienal. Para a pró-reitora de graduação da USP, Sonia Penin, os problemas teriam sido amenizados se a faculdade tivesse requisitado professores temporários até a realização de concursos públicos.


Executivo precisa reduzir os despesas com pessoal
Apesar da contenção de gastos dos últimos dois anos, sobretudo na área de pessoal, o Poder Executivo estadual precisa iniciar o ano de 2003 comprometendo até 46,5% da receita corrente líquida (RCL) com despesas de pessoal. Em dezembro de 2001, esse comprometimento era de 48,16%. O alerta vermelho já foi dado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). As restrições de final de mandato e os ajustes que precisam ser feitos até dezembro deste ano foram discutidos ontem, durante o Seminário Gestão Pública, Responsabilidade Fiscal e Controle Social, promovido pelo Instituto Brasileiro Pró-Cidadania, no Mar Hotel.

As exigências podem representar novo arrocho para os servidores públicos. A partir de 2003, se o Poder Executivo não estiver comprometendo até 46,8% com despesas de pessoal, sofrerá as restrições do Artigo nº 22 da Lei. O texto diz que o Estado ficará vedado de conceder vantagens, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual.

Caso não faça os ajustes necessários até o fim deste ano, o Estado também não poderá criar cargo, emprego ou função, alterar estrutura de carreira, contratar hora extra. O percentual de 46,8% representa 95% do limite geral de 48% que começará a valer a título de punição a partir do próximo ano.

Carlos Maurício Figueiredo, conselheiro substituto do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE), lembra ainda que se o Poder Executivo estadual não alcançar o limite geral de 48% em janeiro de 2003, ele não poderá receber transferências voluntárias da União e fechar convênios. Mas o secretário de Fazenda de Pernambuco, Jorge Jatobá, interpreta que o Poder Executivo teria mais oito meses a partir de janeiro de 2003 para fazer os ajustes necessários para evitar a punição.

PRIORIDADES – A diretora de Controle do Tesouro Estadual, Maria José Briano, explicou, ontem, durante o seminário, que o Estado terá de encontrar novas medidas para evitar os gastos públicos nos próximos oito meses. Como o Estado não pode criar novas despesas sem fonte para financiá-las, Briano disse que as prioridades serão elencadas. “Os programas sociais devem ser mantidos”, garantiu.

O secretário Jorge Jatobá disse que os projetos com recursos da privatização da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) devem continuar como previsto. Com relação aos recursos do Tesouro, os programas da área de saúde, segurança e educação devem continuar. Apesar de mencionarem que serão escolhidas prioridades, Jatobá e Briano não disseram quais os programas que podem perder recursos ou serem suprimidos. “Não podemos prejudicar o interesse público. Não vamos parar o Governo e descontinuar programas”, respondeu Jatobá.


Artigos

Chegou Madame Rangel
Francisco Bandeira de Mello

O tempo é tríbio, lembrava Gilberto Freyre (presente, passado e futuro congeminados). Portanto, trago hoje um antigo texto sobre um tema sempre presente: o trato do futuro. (Naturalmente que de forma um tanto caricatural).

1955. Atenção! Chegou a vossa oportunidade. A legião dos desiludidos deste mundo, e até do outro, é muito maior do que se pensa. O homem é um animal que sofre.

Sempre são guerras, morticínios, ciúmes. São assassínios, golpes e contra-golpes, ambições, tensões, iras interiores ou ostensivas, invejas, paixões submissas ou insubmissas, nostalgias, espumas de raiva, indiferença, o diabo. O mundo até hoje era uma agitação de ódios. Mas atenção, chegou a vossa oportunidade. Ou seja, chegou a oportunidade de todos nós. E não é outra coisa que, pobres mortais, buscamos durante toda a nossa vida: uma oportunidade. E, desta vez, chegou. Pelo menos é o que diz o folhetim que recebi (apesar de vir carimbado como de “distribuição interna”) dos amigos de Madame Rangel, que “aliás não faz propaganda, pois seus trabalhos já o fazem”. Afirma o folhetim ser a supradita “a mais completa quiromante dos últimos tempos”. É, na verdade, a panacéia universal em figura de gente.

“Necessitais descobrir alguma coisa que vos preocupa?” (Deve, ela, estar se referindo aos maridos ciumentos e/ou econômicos, esses dos quais as esposas vivem constantemente saindo, pelas tardes claras e amenas, muito decotadas, para cabeleireiros, manicures, butiques, ou às mulheres desconfiadas, cujos maridos vivem viajando e chegando tarde em casa à custa de serões e outros compromissos, alguns deles alcoólicos). “Quereis fazer regressar à vossa companhia alguém que se tenha separado?” (Ó esposos e esposas, noivas e noivos, namorados e namoradas no ostracismo, este é o vosso momento).Mas não é só. Não somente essas são as suas habilidades. “Quereis prosperidade, felicitar algum casamento infeliz, quereis tirar a embriaguez de alguém?” - procurai Madame Rangel. Enfim, em tudo que estiver ao alcance da Ciência Oriental, de que se intitula doutora, ela garante seus trabalhos em qualquer circunstância. Não há vacilação possível: ó poderosos da Rússia, dos Estados Unidos, ó Teixeira Lott, Kubitschek, ó exilado Carlos Lacerda, aqui está Madame Rangel (quiromante, espírita, vidente) para vos socorrer. “A resolução de vossos problemas virá facilmente” (grifo nosso) “se fores consultar essa tão extraordinária vidente”. Podeis acreditar piamente no que a vidente (espírita, quiromante) vos oferece: ela não é candidata a nada.

A famosa Madame Rangel (informa ainda o folheto) após ter se ausentado, “para maiores estudos e concentração”, durante os seus prolongados períodos meditativos (ó homens públicos nossos, segui tão primoroso exemplo - meditai, ainda que por brevíssimos momentos) “teve a oportunidade de manusear os manuscritos de Nostradamus, Papus, Borgeath, Harbub, Vahara, Mihira” (apenas faltou o nosso Mário Melo) além de “outros tantos sábios das ciências herméticas”. Depois afirma com muita dose de razão que a coisa que mais nos preocupa é o futuro e diz que a ciência oriental está apta, agora mais do que nunca, a desvendá-lo/consertá-lo por intermédio de tal famosa (e)vidente. E “garante o seu trabalho com o sigilo que lhe é peculiar”. (E aí está a maior vantagem, maridos, ao fazer as vossas maridadas - vossas esposas nada saberão. E vice-versa). Termina, a “distribuição interna”, nos dizendo para procurá-la: “os que dela desejarem algo”, sem constrangimento, porém sem excitação, pois atende prontamente a todos. É bastante entrar na fila. (Na fila da felicidade).

Consulta especial: Cr$ 50,00 (casos de amor incorrespondido, de doenças graves, eleições etc). Consultas simples (coisas de viagens, pequenas intrigas, arrufos etc): Cr$ 30,00. E, finalmente, consulta pelas linhas da mão: vinte cruzeiros. Que, se diga de passagem, mas se diga, é uma verdadeira pechincha para quem vai solucionar o mais importante e o mais angustiante problema: o futuro. Que, aliás, a Deus pertence.

(O meu e o de todas as pessoas). A Deus e, agora, a Madame Rangel - que arranjou
um jeito de descobrir o caminho das pedras preciosas, graças à sua famosa/misteriosa Ciência Oriental e que, assim, nos oferece (arranje-se com Rangel) a felicidade por apenas 50 cruzeiros. (Embora alguns digam que “a felicidade não se compra”, para outros ela se vende nas belas vitrines e até nas prateleiras dos supermercados ou nas cartas de baralho e na palma da mão).


Colunistas

PINGA FOGO – Inaldo Sampaio

Fiel às orig ens
Como Lula reside em São Paulo desde 1952, poucos nordestinos se dão conta de que ele é pernambucano, e que se for eleito presidente da República terá sido o primeiro filho desta terra a alcançar por seus próprios méritos a suprema magistratura do país.

Diferentemente de Ciro Gomes, por exemplo, que está filiado ao PPS por circunstâncias do quadro partidário nacional mas não carrega consigo a responsabilidade política de ter combatido a ditadura, o pré-candidato do PT continua fiel às suas origens.

iás, a última pesquisa do instituto GPP encomendada pelo PFL retrata bem esse compromisso. Se a eleição para presidente fosse hoje ele teria no Norte sua melhor performance: (56,6% dos votos válidos), seguindo-se o Nordeste (50,8%), o Centro-Oeste (49,4%), o Sul (48,7%) e o Sudeste (43,8%). Já o segundo colocado, José Serra, teria no Sul o seu melhor desempenho: (23,4%), seguindo-se Sudeste (21,3%), Centro-Oeste (19,9%), Norte (13,2%) e Nordeste (10,2%).

Em 113 anos de história republicana, Pernambuco conseguiu emplacar apenas três vice-presidentes da República - Rosa e Silva, Estácio Coimbra e Marco Maciel. A chance de eleger um presidente é esta, caso o cenário político sucessório não sofra muitas alterações.

Por larga maioria
Pela contabilidade de João Negromonte, deputado estadual pelo PMDB e 1º secretário da Assembléia Legislativa, Jarbas será reeleito governador em 6/10 com a mesma diferença do pleito passado: 1 milhão de votos. Já o deputado Pedro Eurico (PSDB) está um pouco mais otimista. Prevê uma vitória do governador com 1,3 milhão de votos de diferença, sobre Humberto Costa (PT), arrastando consigo para o Senado Marco Maciel (PFL) e Sérgio Guerra (PSDB).

Prazo definido
Para Joaquim Francisco (PFL), político não gosta de suicidar-se. Se até o dia 20 Serra (PSDB) não subir nas pesquisas de opinião os quatro maiores partidos da aliança deverão reunir-se com FHC para propor-lhe outra alternativa: Tasso ou Aécio. Apostar indefinidamente numa “mala sem alça”, disse ele, é o que nenhum pefelista quer.

Sem obrigação
Em resposta a uma consulta de Aécio Neves (PSDB) sobre se ele, Marco Maciel (PFL) e Ramez Tebet (PMDB) precisam ausentar-se do país durante as viagens internacionais do presidente FHC, para não ficarem inelegíveis, o TSE decidiu: “não”. O voto do ministro Barros Monteiro, relator do processo de consulta, foi acompanhado por unanimidade.

Prefeitura recebe comenda de um órgão federal
A prefeitura de Itapissuma foi uma das poucas do Brasil selecionadas pelo Ministério do Meio-ambiente para receber em Porto Seguro (BA), no dia 17, a Medalha do Mérito Ambiental. O prefeito Paulo Volia (PSDB) estará lá.

Ser o “campeão de votos” não interessa a Dudu
Eduardo Campos tranquilizou todos os candidatos a deputado estadual pelo PSB. “Não vou invandir área de ninguém e nem quero ser o mais votado. Desejo, se a gente perder, fazer uma oposição cerrada ao doutor Jarbas”.

Gestão fiscal 1
Hoje é o 2º aniversário da Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo o BNDES, 90% das prefeituras do Brasil já se enquadraram, menos essas de PE: Agrestina, Bodocó, Bonito, Ibupi, Itacuruba, Pesqueira, Palmeirina, Passira e Santa Cruz do Capibaribe.

Todas gastam mais de 54% de suas receitas com pessoal.

Gestão fiscal 2
Gastam menos de 40% de suas receitas com a folha de pagamento 14 prefeituras pernambucanas, a saber : Belém de Maria, Betânia, Camaragibe, Cedro, Itapetim, Jataúba, Panelas, Frei Miguelinho, Santa Maria da Boa Vista, Tamandaré, Sanharó, Vicência e Recife. A mais enxuta é Tamandaré: apenas 25,12%.

Jorge Gomes já se definiu: considera “honroso” o convite do PSB para ser candidato a governador mas suas bases de Caruaru querem-no candidato à reeleição. Continuam no páreo para exame de Miguel Arraes - o físico Sérgio Rezende, o vereador João Arraes e o ex-presidente da Celpe Dílton da Conti.

Para Joaquim Francisco (PFL), a versão de que a Lei de Responsabilidade Fiscal foi imposta ao Brasil pelo FMI “não passa de conversa para boi dormir”. O que ela fez, segundo o deputado, que participou ativamente da sua elaboração, “foi abrir um debate pedagógico no país para se discutir a moralidade na gestão da coisa pública”.

É visível o dedo de Duda Mendonça na campanha do PT. Em Salvador, ao ter o seu grau de instrução (curso primário) questionado, Lula respondeu: “Não sou candidato a escritor e sim a governar pessoas. Machado de Assis nunca frequentou uma escola e foi fundador e 1º presidente da Academia Brasileira de Letras”.

O líder tucano Antonio Moraes é o deputado estadual que mais assiste às suas bases interioranas. Só no mês de abril ele rodou 20 mil quilômetros, metade dos quais na zona da mata, onde disputa espaços com João Negromonte (PMDB), Ricardo Teobaldo (PMDB), Carlos Lapa (PSB), Gílson Muniz (PSL) e Maviael Cavalcanti (PFL).

Últimos comentários:

Antonio: Rapaz!!! E não é q eu tinha esquecido q temos um vice presidente...O gogo de ganso realmente é ótimo para arrumar os amiguinhos no poder, mas para trazer obras de grande porte para o nosso Estado, é uma nulidade! Que pena que ACM não é pernambucano... E olhe que eu detesto o Toninho Malvadeza! Agora tem uma coisa, quem quer apostar que se Lula for eleito Presidente, o gogó de ganso, vai se oferecer pra ser o lide do PT em Brasília? Não foi assim com Collor!!??


Editorial

AUTORITARISMO E AUTORITARISMO

Mais um episódio vem se somar a divergências que ocorrem entre o Brasil e os Estados Unidos e, simultaneamente, ao avanço dessa superpotência sobre organismos internacionais, que, por supuesto (como dizem nossos irmãos latino-americanos), são, ou deveriam ser, supranacionais, representando democraticamente todos os países do mundo, grandes ou pequenos, importantes ou periféricos. Trata-se da destituição, sem precedentes, do diplomata brasileiro José Maurício Bustani do cargo de diretor-geral da Opaq (Organização para a Proscrição das Armas Químicas, do âmbito da ONU). Nunca antes um dirigente de órgão internacional fora demitido durante a vigência de seu mandato. A força e a capacidade de “persuasão” dos EUA ficaram patentes com o número de votos que o Departamento de Estado conquistou, 48 votos contra a permanência do brasileiro e somente sete a favor (do próprio Brasil, Cuba, México, China, Rússia, Bielo-Rússia e Irã). A maioria dos países latino-americanos se absteve, contrariando tradição diplomática.

Bustani vinha sendo bombardeado e pressionado pelos EUA desde fevereiro. O governo americano quer controlar a Opaq, devido a seu interesse nesse tipo de armas e a suas intenções belicistas contra o Iraque. O diretor-geral pretendia enquadrar os EUA, que também possuem armas químicas e outras proibidas por tratados internacionais.

Queria também que o Iraque passasse a integrar o organismo, o que, a seu ver, facilitaria o controle do desmantelamento de seu arsenal de armas químicas. Duas coisas intoleráveis para os EUA. Como não podia colocar sua posição nesses termos, Washington passou a acusar o diretor da Opaq de má gestão financeira (quando quer desequilibrar financeiramente um organismo internacional, os EUA simplesmente deixam de pagar-lhe suas contribuições), de ser autoritário e buscar o confronto. O nosso diplomata está no cargo há mais de quatro anos, mas só agora os americanos descobriram tudo isso. Na verdade, segundo Bustani, isso é cortina de fumaça para esconder o interesse americano de controlar indiretamente a Opaq, tornando-a dócil à ofensiva antiiraquiana.

Para o diplomata brasileiro, sua destituição põe sob suspeita a independência e isenção de todos os diretores de organismos internacionais, que passariam a depender do aval dos EUA para ocup ar e manter seus cargos. Ele acha que os EUA se expuseram muito e que houve uma violação do direito internacional. Esperava um debate sobre os procedimentos e sobre o mérito da queixa americana. Não houve nada disso. Os EUA funcionaram como um rolo compressor, acuando e aterrorizando países periféricos. O terror que se abateu tragicamente sobre os EUA em 11 de setembro passado, atacando o país dentro de seus limites territoriais, levando sofrimento e humilhação ao seu povo, justificaria tudo isso, todo esse autoritarismo (que os EUA alegadamente vêem, e condenam, em Bustani)?

O Itamaraty analisou o caso como mais um fator de desgaste nas relações entre Brasília e Washington no governo de George W. Bush. A atual administração americana volta à velha exigência de alinhamento automático de seus aliados e não estaria segura sobre a posição do Brasil, principalmente após o discurso do presidente Fernando Henrique Cardoso na Assembléia Nacional francesa: “A barbárie não é somente a covardia do terrorismo, mas também a intolerância ou a imposição de políticas unilaterais em escala planetária”. Chega ao Brasil uma nova embaixadora americana (Donna Hrinak, que ocupou até há pouco o mesmo posto na Venezuela).

Oficialmente, para os EUA, no problems com o Brasil, apenas prefeririam que Bustani “entendesse o recado e renunciasse antes”...


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05/04/2002


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