Kátia Abreu defende o envio de tropas federais ao Tocantins durante as eleições




Em pronunciamento nesta quarta-feira (15), a senadora Kátia Abreu (DEM-GO) defendeu o envio de tropas federais ao Tocantins para garantir a lisura das eleições do próximo dia 3. Ela disse que o atual governador e candidato à reeleição, Carlos Gaguim (PMDB), vem usando a máquina pública em benefício próprio. A senadora também lamentou que o estado seja o campeão em fraudes eleitorais no país, com o registro de mais de 800 processos no período de 2003 a 2009, conforme divulgado recentemente pela imprensa.

- Eu imaginava que tivéssemos destaque com essas práticas e crimes, mas, sinceramente, não imaginei que a aberração fosse desse tamanho - afirmou.

Kátia Abreu lembrou que o governo de Gaguim já foi multado pela Justiça pela distribuição de 45 mil bicicletas à população no último mês de junho. Ela disse ainda que Gaguim também recebeu multa pela exposição de mais de cem máquinas em Palmas, com faixas promocionais de sua campanha à reeleição. O Tocantins registrou 850 mil votos na última eleição para governador, disse Kátia Abreu.

O governador do Tocantins, segundo Kátia Abreu, chegou a distribuir 500 motocicletas à Polícia Militar local no dia da convenção de seu partido, e já gastou mais de R$ 41 milhões em publicidade apenas nos seis primeiros meses deste ano para promover o Programa Acelera, criado por ele.

- Ele usa o governo do povo para enganar o povo. Não tem propaganda lembrando a mulher a se prevenir do câncer de mama e de útero, ou para os jovens não abandonarem o ensino médio por falta de oportunidade - lamentou.

Agilidade da Justiça

Em seu discurso, Kátia Abreu cobrou agilidade da Justiça Eleitoral no julgamento do ex-governador de Tocantins Marcelo Miranda. Ela entende que a candidatura de Miranda ao Senado nas eleições de outubro deve ser impugnada. Miranda foi cassado em setembro de 2009 por compra de votos. A Lei Complementar 64/90 determina que o cidadão que tiver sido cassado por ter suas contas rejeitadas ou por abuso de poder político fique inelegível por três anos.

- Se ele foi cassado em 2009, ele só pode ser candidato em 2012, a não ser que eu não saiba fazer contas. O TSE [Tribunal Superior Eleitoral] precisa dar uma resposta se Miranda pode ser candidato ou não pode ser candidato. O povo do Tocantins tem o direito de saber antes das eleições - afirmou.

Kátia Abreu questionou os critérios usados pela Justiça Eleitoral no julgamento dos candidatos que sofrem o risco de impugnação, tendo em vista que alguns processos têm "julgamentos instantâneos", como o do ex-senador Joaquim Roriz - cuja candidatura ao governo do Distrito Federal ainda aguarda uma definição do Supremo Tribunal Federal - enquanto outros demoram mais tempo, o que causaria dúvidas junto ao eleitorado.

- Se Miranda for cassado, o rosto dele não sai mais da urna eletrônica. Se fosse cédula de papel, poderia se imprimir nova cédula em 24 horas. Mas, com urna eletrônica, não se troca nome e rosto de candidato. Se ele for condenado, continuará na urna. Estaremos vivendo uma fraude eleitoral - afirmou.



15/09/2010

Agência Senado


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