KLEINÜBING QUESTIONA RAZÕES DO REFLEXO DA CRISE ASIÁTICA



O senador Vilson Kleinübing (PFL-SC) perguntou ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, durante o debate realizado hoje (dia 22) no Congresso Nacional, por que a crise da Ásia havia afetado mais o Brasil que o México e a Argentina.Malan afirmou que o país tem uma das maiores bolsas do mundo em termos de volume de ações, além de ser a oitava maior economia,com amplo processo de interação global. Além disso, há uma "diferença fundamental", segundo o ministro: "tanto a Argentina quanto o México avançaram muito mais nos seus respectivos processos de reforma fiscal e modernização do Estado que o Brasil".

- O déficit do setor público fiscal consolidado é inferior a 2% do Produto Interno Bruto respectivo em cada um desses países - observou Malan.

Vilson Kleinübing também questionou o ministro sobre a elevação das taxas de juros, que agrava o quadro de concentração de renda, já que "no Brasil, hoje, quem produz e quem trabalha está ganhando muito menos do que quem especula ou tem dinheiro para emprestar".

Malan afirmou que "a taxa de juros elevada é uma expressão da nossa incapacidade de tratar da questão fiscal. O que baixa a taxa de juros é a demonstração de que o setor público, como um todo, não está pressionando o mercado, tendo que se financiar - no nosso caso, R$ 35 bilhões a cada ano - porque, sistematicamente, seja no presente ou no passado, gastamos muito mais do que arrecadamos".



22/11/1997

Agência Senado


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