Crise no controle aéreo é reflexo da desorganização do governo, diz Alvaro Dias
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou o governo federal, nesta terça-feira (21), pela lentidão e pela incompetência com que, na opinião do parlamentar, vem tratando o problema de atrasos de vôos nos aeroportos brasileiros.
Para o parlamentar, o prazo de 60 dias para o anúncio de medidas, dado pelo ministro da Defesa, Waldir Pires, durante audiência pública conjunta nesta terça de três comissões do Senado, mostra que o governo é incapaz de negociar soluções.
O representante do Paraná mencionou informações divulgadas nesta segunda-feira (20), segundo as quais, no céu do Brasil, aviões passam a 50, 150 metros uns dos outros. E observou que a tragédia da colisão do avião da Gol e com o jato Legacy "poderia ter se repetido em pelo menos três outras ocasiões".
- A Babel está instalada no ar e no solo - protestou o senador, acrescentando que, "hoje, o brasileiro se desloca sem qualquer garantia de partida ou chegada", e que "o risco de uma colisão no ar passou a ser algo concreto e possível".
Alvaro citou artigo publicado na edição desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo, assinado pela advogada Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, que atua há mais de 20 anos na área de direitos do consumidor.
Para o senador, a advogada focaliza a questão do tráfego aéreo "com muito senso de realidade" quando diz que "não há comando" nesse setor. Segundo Alvaro, a articulista conta que um controlador de vôo não identificado teria afirmado que "não permitiria que sua família viajasse de avião". Maria Inês diz que, "se estivéssemos em um país medianamente sério, haveria demissão em massa das tais autoridades que controlam nossas vidas enquanto voamos".
21/11/2006
Agência Senado
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