Lando critica "morosidade" da reforma agrária
Os entraves ao avanço da reforma agrária no país foram analisados pelo senador Amir Lando (PMDB-RO) em entrevista concedida à TV Senado. No programa, Lando traça um panorama histórico do assunto a partir das origens da repartição de terras na Grécia Antiga, passando pelo modelo de colonização brasileiro, baseado nas Capitanias Hereditárias, e critica o que chamou de -morosidade- do atual processo de reestruturação fundiária.
Amir Lando criticou, por exemplo, o andamento da reforma agrária em Rondônia, que estaria trazendo prejuízos não só aos trabalhadores sem-terra, mas à própria agricultura familiar. -Houve um retrocesso do ponto de vista legal-, afirmou. Segundo o senador peemedebista, os processos de desapropriação podem se estender por cerca de sete anos, aguardando-se, em alguns casos, até dez anos para a emissão do título de posse.
Desde sua chegada à região amazônica, na década de 70, Lando diz que abraçou a causa da divisão de terras e seu emprego como -bem de produção-. Observando que um emprego na cidade custa de seis a dez vezes mais que um emprego no campo, apontou como uma das saídas para a geração de renda e trabalho o estímulo à agricultura familiar, -o casamento perfeito entre os braços sem terra e a terra sem braços-.
Alguns temas importantes e controvertidos, como o antigo Estatuto da Terra e a invasão de propriedades, também foram alvo de comentários de Lando. -Instrumento facilitador- na redistribuição de terras do país, o documento seria visto até hoje por muitos especialistas da área, conforme assinalou, como mais inovador que a legislação agrária em vigor.
Embora seja contrário à invasão de terras, Amir Lando argumentou que é preciso compreensão para lidar com o problema. -A invasão dentro de um governo inerte se justifica-, declarou. A entrevista será exibida pela TV Senado, em canal aberto (UHF), nos dias 28, sábado, às 12h30 (11h30 em RO), e 29, domingo, às 17h30 (16h30 em RO).
17/09/2002
Agência Senado
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