LAURO CAMPOS AFIRMA QUE BRASIL VIVE DITADURA COMPARTILHADA ENTRE EXECUTIVO E LEGISLATIVO



"Existe no Brasil uma ditadura compartilhada entre o Executivo e o Legislativo", afirmou nesta sexta-feira (dia 10) o senador Lauro Campos (PT-DF), estranhando declarações do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, que teria condicionado a permanência do ministro Pedro Malan no governo a mudanças na política econômica num prazo de noventa dias.
- Se examino esse comportamento, como tenho feito, chego à convicção pronta e acabada de que existe uma ditadura compartilhada neste país: um ditador disfarçado no Executivo e um outro aqui, no Legislativo. A oposição deve se calar, não tem espaço para ela. O conflito passou para dentro dos Poderes - avaliou o senador petista.
O senador pelo Distrito Federal considerou artificial o debate entre desenvolvimentistas e monetaristas. Segundo sua análise, o ex-ministro Clóvis Carvalho "caiu porque levou o debate muito a sério, não entendeu que não era para valer". Para Lauro Campos, "esse falso dilema está posto na sociedade para ocupar todo o espaço do discurso e não deixar a oposição aparecer".
Para ele, a técnica do falso debate funciona tão bem que o regime militar de 1964 adaptou a fórmula. "Como quem está na cadeia não pode debater, a ditadura inventou uma divisão entre a chamada "linha dura" e uma linha moderada, uma espécie de "democradura". Toda vez que os democratas da ditadura sentiam alguma reação às suas imposições, ameaçavam com a "linha dura", teoricamente muito pior. Assim impuseram medidas duríssimas", disse ele.

10/09/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


LAURO CAMPOS CUMPRIMENTA ACM E FHC POR "DITADURA COMPARTILHADA"

Brasil vive uma ditadura política, afirma Mário Couto

'Mato Grosso vive atualmente a maior crise na área da saúde de sua história', afirma Jayme Campos

Reação à greve dos professores demonstra despotismo do governo, afirma Lauro Campos

ALCÂNTARA PEDE MAIS COOPERAÇÃO ENTRE EXECUTIVO E LEGISLATIVO

Presidenta afirma que Brasil vive uma era de formalização do emprego