LAURO CAMPOS CUMPRIMENTA ACM E FHC POR "DITADURA COMPARTILHADA"
O senador Lauro Campos (PT-DF) apontou nesta terça-feira (dia 16) a polarização em torno do valor do salário mínimo - entre os R$ 151,00 que seriam defendidos pelo FMI e pelo governo federal e os R$ 177,00 apoiados pelas oposições e pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães - como mais um ato da peça "ditadura compartilhada", que caracterizaria o exercício do poder do Brasil. Ele cumprimentou os presidentes do Senado e da República, Fernando Henrique Cardoso, que classificou como os principais atores do jogo de cena. "Senti na sua plenitude aquilo que é saber fazer uma política", reconheceu. "Nós da oposição não sabemos fazer política e sequer entendemos o jogo que nos conduzia e determinava o comportamento".A natureza da "ditadura compartilhada", segundo o senador, seria o mascaramento da realidade com a fixação de falsas dicotomias e querelas, para obscurecer a discussão. "No Brasil não existe uma ditadura, mas uma divisão de trabalho entre ditadores", observou. Em outros momentos da história política nacional, disse o senador, a falsa dicotomia aparecia sob a oposição entre desenvolvimentistas e monetaristas. No que diz respeito ao salário mínimo, Lauro Campos afirmou que tratou-se de determinar um piso (R$ 151,00) e um teto (R$ 177,00), concretizando-o numa polarização entre o Executivo e o presidente do Senado. - E caímos nessa esparrela. Colocaram um teto e um piso muito bem arquitetados, com uma política muito inteligente, e fingiram que estavam brigando para poder oxigenar essa dicotomia, essa falsa briga entre os presidentes do Executivo e do Legislativo - insistiu o senador. À oposição, continuou, coube optar entre o péssimo (os R$ 177,00) e o pior ainda (os R$ 151,00). Caso tivesse sido aprovado o salário mínimo de R$ 177,00, acrescentou, a oposição teria uma vitória de Pirro: um salário distante até da média mensal de 300 dólares gastos pelos japoneses com seus cachorros e menor que o salário mínimo vigente no Uruguai e no Paraguai. A "ditadura compartilhada", ainda conforme o senador, teria hipnotizado a oposição, de tal forma que não havia espaço para qualquer proposta alternativa à dicotomia colocada, assim como não há espaço, a seu ver, "para a dignidade", apenas para a angústia.
16/05/2000
Agência Senado
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