LAURO CAMPOS DIZ QUE CAPITALISMO NÃO SOBREVIVE SEM DÉFICIT ORÇAMENTÁRIO
O senador Lauro Campos (PT-DF) destacou, durante debate realizado hoje (22) no Congresso com os ministros da área econômica, que mesmo países como os Estados Unidos jamais conseguiriam alcançar seu equilíbrio orçamentário, nos termos pretendidos para o Brasilpelo governo Fernando Henrique.
Essa meta, de acordo com o senador, tem causado enormes prejuízos às classes média e pobre, que, em consequência, tiveram reduzido seu poder aquisitivo, em razão da não-reposição das suas perdas inflacionárias.
Lauro Campos citou para os ministros Malan e Kandir uma pesquisa do FMI, segundo a qual de 1970 para cá os EUA jamais conseguiram zerar suas contas, oscilando desde então entre um déficit de US$ 195 bilhões (1987), US$ 289 bilhões (1992) e US$ 27 bilhões, em 1997. Segundo ele, esses números demonstram que os EUA conseguem lidar com o desequilíbrio orçamentário sem perder o controle da inflação. Para o senador, o governo deve repor as perdas inflacionárias dos trabalhadores e aprender a lidar com a inflação.
- O capitalismo não sobrevive sem déficit orçamentário - afirmou o senador, lembrando que Adam Smith, Malthus e John Maynard Keynes já previam essa "verdade". Citando Malthus, Lauro Campos disse que a verdade individual não serve para a coletividade na economia: "Se eu poupo, aumento minha riqueza; se todos pouparem, o país vai à falência, porque não haveria mais investimentos ou gastos".
Em resposta a Lauro Campos, o ministro Pedro Malandisse que jamais a equipe econômica se iludiu com a possibilidade de zerar o déficit orçamentário, que considerou uma meta praticamente inatingível, ou uma ilusão, face aos novos endividamentos que o país possa contratar. E enfatizou que não haverá alterações no política cambial.
No entanto, frisou Malan, "não podemos resolver os nossos problemas com novos financiamentos no momento em que tentamos atingir uma meta que nos dê maior credibilidade no mercado internacional". Uma dessas metas, segundo o ministro, é a de modernizar o setor público, que considera uma fontede gastos, melhorando sua eficiência para que posteriormente o país possa investir no setores sociais mais prementes.
22/11/1997
Agência Senado
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