LAURO CAMPOS CLASSIFICA POLÍTICA ECONÔMICA DE SUBSERVIENTE



O senador Lauro Campos (PT-DF) voltou a atacar em Plenário, nesta segunda-feira (dia 6), a política econômica do governo federal. Ele criticou o presidente Fernando Henrique Cardoso e classificou sua política de subserviente ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O senador lamentou o empobrecimento do povo brasileiro, estranhando a postura do governo, que diz não haver recursos para um aumento substancial do salário mínimo, atualmente em R$ 151, ao mesmo tempo em que destina R$ 36 bilhões para o pagamento da dívida externa.

Lauro Campos mencionou dados do Diese, segundo os quais o salário mínimo alcançaria hoje o patamar de R$ 1.003,67 se mantivesse o mesmo valor de quando foi criado, no governo de Getúlio Vargas. Para o senador, não se trata de aumentar o salário, mas devolver o que foi tirado dos trabalhadores. Ele apontou para o decréscimo salarial do povo brasileiro, que ao fim dos anos 40 tinha um salário mínimo superior ao dos japoneses, e aproximava-se do francês, atualmente em torno de mil dólares.

- Um cãozinho japonês, em 1995, já gastava mais, em média, do que um trabalhador brasileiro gasta hoje - afirmou. O senador salientou que o empobrecimento da população é decorrente da concentração de renda de uns poucos. Para que uma burguesia tivesse acesso a bens de luxo, a classe trabalhadora teria sofrido perdas sucessivas.

Lauro Campos citou a conclusão do livro As idéias e seu lugar, do então senador Fernando Henrique Cardoso, que criticava as políticas impostas pelo FMI, como o controle da base monetária, o arrocho salarial e o equilíbrio orçamentário. Publicada em 1992, a obra ataca exatamente a política hoje implementada pelo governo federal, considerando impossível pagar a dívida externa e manter um equilíbrio orçamentário ao mesmo tempo. Lauro Campos comparou a situação do Brasil à dos Estados Unidos, onde o governo promete equilibrar o orçamento somente em 2012.

O senador ironizou o fato de não ter projetos aprovados pelo Senado e de não ser aproveitado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ele disse ter sido indicado para relatar um projeto irrelevante, que reduz em R$ 20 o preço do passaporte para idosos.

06/11/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


LAURO CAMPOS CRITICA POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO

Lauro Campos condena política econômica do atual governo

Lauro Campos diz que política econômica está gerando anti-Estado

LAURO CAMPOS CONTESTA ESTABILIDADE ECONÔMICA DO PAÍS

Lauro Campos diz que equipe econômica faz terrorismo financeiro

LAURO CAMPOS DIZ QUE MÍNIMO DE R$ 150 É IMPOSIÇÃO DA POLÍTICA DO FMI