Lauro Campos diz que equipe econômica faz terrorismo financeiro



O senador Lauro Campos (PDT-DF) afirmou nesta quarta-feira (15) que o fato de candidatos de oposição estarem cada vez mais bem colocados nas pesquisas eleitorais é que explica declarações de membros da equipe econômica do governo no sentido de que o Brasil corre o risco de ser contagiado pela crise argentina.

Conforme disse o senador, todo governo que se vê perdido e repudiado pela opinião pública utiliza todos os recursos possíveis para manter a população anestesiada. E é assim que Lauro Campos vê a população brasileira, em comparação com a da Argentina, que sai de casa para bater panelas em busca de solução para sua crise econômica.

Na sua análise, o senador lembrou que, não faz muito tempo, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, diziam que os problemas que arruinaram a Argentina não iriam de forma alguma perturbar a estabilidade brasileira. Tal garantia, na opinião do senador, foi dada porque na ocasião parecia que o PSDB ia conseguir uma vitória tranqüila nas eleições.

- Mas eis que de repente a coisa muda. E a subida dos candidatos de oposição faz tremer o poder político constituído. E então percebemos que eles passam a recorrer ao terrorismo financeiro - apontou o senador.

Não é a primeira vez que os tecnocratas se assumem como "os maiores políticos brasileiros", segundo Lauro Campos. Segundo o senador, foi graças a eles, e a nenhum político, que o Plano Cruzado conseguiu eleger 23 governadores. Em 1994, continuou Lauro Campos, o Plano Real começou a ser articulado pelos mesmos economistas que fizeram o Cruzado. Na ocasião, representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) assinalaram que a iniciativa era eleitoreira e não duraria mais que três meses. Para o senador, nessa ocasião o FMI desconhecia que o povo brasileiro poderia ser mais anestesiado que o argentino.

Agora, com os resultados das pesquisas eleitorais e a admissão, pela equipe econômica, de que há risco de contágio pela crise argentina, Lauro Campos avalia que, mais uma vez, os tecnocratas estão pensando politicamente.



15/05/2002

Agência Senado


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