LAURO CAMPOS: INFLAÇÃO FOI DISFARÇADA PELO AUMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA



O senador Lauro Campos (PT-DF) disse nesta quarta-feira (dia 4) que assim como o Cruzado I elegeu 23 governadores, a estabilidade do real elegeu e reelegeu Fernando Henrique Cardoso disfarçando a inflação pelo aumento exponencial das dívidas públicas interna e externa. "As pressões inflacionárias foram sugadas pela venda de papéis da dívida pública", daí, acrescentou, o país ter saído das taxas de inflação de 1994 para a atual deflação.Este foi um dos muitos comentários que o senador disse ter querido fazer diretamente, por ocasião da audiência pública do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e do presidente do Banco Central, Gustavo Franco, realizada no plenário do Senado.Lembrando que a equipe econômica não gosta de referir-se às medidas do Programa de Estabilização Fiscal como "pacote", Lauro Campos disse que "o termo certo para o que está sendo lançado sobre nós é "Caixa de Pandora", mas sua natureza guarda relação com "pacote" e "saco de maldades". Diz a mitologia que, ao abrir a caixa, Pandora liberou uma série de perversidades, tal como o fez agora a equipe econômica: aberta a caixa, saíram juros de mais de 49%, crédito internacional próximo a zero e dívida pública de mais de R$ 350 bilhões", comparou o senador.Após ter colocado os preços no pico através da conversão da moeda na Unidade de Referência de Valor (URV), equiparando os preços nacionais "aos de Tóquio, onde a renda média per capita anual é de US$ 37 mil", a equipe econômica fixou um câmbio supervalorizado para a nova moeda, explicou o senador. As conseqüências enumeradas por Lauro Campos foram as seguintes: destruição de pelo menos 15 setores produtivos pela concorrência predatória das importações, permitida pelo câmbio supervalorizado, conforme dados do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo; aniquilamento da área da saúde; e sucateamento da educação pública, entre outras.

04/11/1998

Agência Senado


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