LEOMAR QUINTANILHA QUER APROFUNDAR DISCUSSÃO SOBRE ORÇAMENTO IMPOSITIVO



O início da discussão sobre a adoção de um orçamento impositivo, que garanta a efetiva implantação de projetos e programas aprovados pelos parlamentares, foi classificada pelo líder do PPB, senador Leomar Quintanilha (TO), como um dos pontos altos das atividades do Congresso Nacional em 2000. Ele espera que novas regras para tramitação e aplicação do Orçamento da União sejam aprovadas em 2001.

- A discussão sobre o Orçamento deveria ser a principal preocupação do Congresso Nacional - sustentou Quintanilha. Uma vez que as atuais regras apenas permitem, não obrigam, a aplicação de dotações previstas no Orçamento, afirmou, o governo se vê livre para subestimar suas receitas e, ao final de cada ano, remanejar grandes quantias sem um debate mais profundo com os deputados e senadores.

Além de novas regras para o Orçamento, o líder do PPB considera ainda necessária uma nova postura a respeito da edição de medidas provisórias. Na sua opinião, o Poder Executivo deveria limitar-se a editar medidas quando elas forem, como estabelece a Constituição, "urgentes e relevantes". "O governo exorbitou na quantidade de medidas provisórias", disse Quintanilha.

Entre as matérias aprovadas em 2000, o líder destaca a nova Lei de Responsabilidade Fiscal - que, na sua opinião, "vai marcar época no país" - e a proposta de criação da Agência Nacional de Águas (ANA). Na sua opinião, a nova agência permitirá uma utilização mais racional dos recursos hídricos, "abundantes mas não infinitos".

Quintanilha defende o aprofundamento da discussão, pelo Congresso, da integração das bacias hidrográficas do país, que inclui a transposição das águas do rio São Francisco. Esse projeto, recordou, prevê o bombeamento de parte da vazão do rio Tocantins para a bacia do São Francisco, como meio de garantir a possibilidade de utilização de águas do rio nordestino em regiões semi-áridas.

O líder do PPB propôs ainda a adoção, pelo país, de uma nova política agrícola, que dê segurança no longo prazo aos produtores e os defenda da concorrência predatória de produtos estrangeiros beneficiados por subsídios em seus países de origem. "Precisamos ter a consciência patriótica de proteger quem trabalha aqui sem nenhum subsídio", sugeriu.

De acordo com o senador, a produção de grãos no Brasil - de 80 milhões de toneladas - é cinco vezes inferior à dos Estados Unidos. "Poderíamos produzir no mínimo o dobro", afirmou. Para isso, além de uma nova política agrícola, ele julga necessária a mudança da matriz de transporte no país, diminuindo a importância das rodovias e garantindo prioridade às hidrovias e ferrovias. "Nesse sentido, é importantíssima a conclusão da ferrovia Norte-Sul, que cruza toda a região Centro-Oeste", defendeu.

15/12/2000

Agência Senado


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