LÍDERES HOMENAGEIAM LUÍS EDUARDO EM SESSÃO SOLENE NA CÂMARA



Discursos emocionados marcaram a sessão solene da Câmara dos Deputados em homenagem póstuma a seu ex-presidente Luis Eduardo Magalhães. O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, acompanhou ao lado do presidente da Câmara, deputado Michel Temer, a sessão de enaltecimento à memória de seu filho, diante de um plenário completamente tomado por parlamentares, amigos, familiares e outras autoridades. Na mesa também estava o vice-presidente da República, Marco Maciel.

Ao iniciar a sessão, Temer lembrou que todos os integrantes da Mesa Diretora da Câmara eram amigos fraternais de Luís Eduardo. Ele afirmou que seu antecessor na presidência daquela Casa ia muitas vezes a seu gabinete conversar sobre os problemas da Câmara.

- Se por tantas vezes aqui acertei, acertei por força dos conselhos de Luís Eduardo - disse.

O líder do PFL e sucessor de Luís Eduardo na liderança do governo na Câmara,Inocêncio de Oliveira, recordou que o homenageado encaminhava de forma célere tudo o que lhe cabia, com o gosto que tinha pela política. Ele afirmou que, apesar de sua juventude, do ponto de vista ético Luís Eduardo se assemelhava mais a "um velho severo e metódico".

- Quando presidiu a Câmara, fez da lisura sua companheira número um - afirmou.

Inocêncio ressaltou o "sentimento incontido e incontrolável" do presidente do Senado na morte do filho. Afirmou que nunca se viu uma prova de amor tão denso dada por um político eminente.

Já o líder do PMDB, deputado Geddel Vieira Lima, leu emocionado uma carta póstuma que escreveu a Luís Eduardo. Falou das saudades que sentirá das noites de terças e quartas-feiras em um restaurante de Brasília, e comparou a habilidade política de seu amigo à de um beija-flor:

- Conseguia o néctar que necessitava, sem machucar a flor, sem tirar sua cor, sem furtar seu perfume.

Deixando o discurso de lado e falando de improviso, o líder do PSDB, deputado Aécio Neves, destacou três qualidades de Luís Eduardo: sua serenidade, ao tratar dos mais complexos problemas do país; sua firmeza, que em nenhum momento se confundia com arrogância; e sua lealdade, "que por décadas ficará marcada nesta casa".

Falando pelo PDT, o deputado Miro Teixeira, também amigo de Luís Eduardo, lembrou que ele era um político "definido, nítido, aparente e transparente, que sabia exatamente o que dizia e o que ouvia".Já o deputado Fernando Lyra, em nome do PSB, ressaltou que Luís Eduardo era um símbolo democrático, exaltando o valor do contraditório.

- Não era preciso concordar com suas opiniões para gostar dele - afirmou.



28/04/1998

Agência Senado


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