Lindberg defende distribuidores de bebidas contra Ambev



Pouco mais de um ano após a criação da Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), o senador Lindberg Cury (PFL-DF) constatou que as preocupações com a implantação de uma política cartelizada de preços e a redução na oferta de empregos no setor se confirmaram. Segundo ele, as salvaguardas estabelecidas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) à época da fusão das marcas Skol, Brahma e Antarctica, "não passaram de mero pano de fundo" para evitar maiores problemas para as cervejarias.

- De acordo com dados que nos chegaram por intermédio da Federação Nacional dos Distribuidores de Bebidas, dois dos principais pontos do acordo estão sendo descumpridos pela Ambev. O primeiro deles é que, feita a fusão, a Ambev promoveria uma redução de 5% nos preços das cervejas e refrigerantes. Infelizmente, não é o que está ocorrendo. De acordo com os jornais da semana passada, o preço da cerveja chegou este mês a R$ 2, com um novo percentual de aumento na faixa de 22% - explicou.

Cury acrescentou que desde o início de 2000, o percentual de reajuste médio das cervejas e refrigerantes é de cerca de 40%. "Coincidentemente, a Ambev, no mesmo período, aumentou seus lucros em 5.813%", assinalou. Para o senador, esse lucro foi possível graças ao aniquilamento de milhares de distribuidores de bebidas em todo o país, comprovando o descumprimento do segundo ponto do compromisso assumido pela Ambev junto ao Cade - manter o setor de distribuição independente das três marcas.

O senador revelou ainda que a Ambev forçou o fechamento de 2,5 revendas, promovendo a integração da distribuição das três marcas de cerveja, e eliminou 227 mil empregos diretos. Alem disso, continuou, a Ambev está rompendo ou forçando o rompimento de contrato de distribuição, causando prejuízos a centenas de pequenos e médios empresários, que já recorreram à justiça exigindo indenização.

08/11/2001

Agência Senado


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